Garotinho aceita subir no palanque de Dilma

O Estadão publicou domingo entrevista sobre os planos políticos de Garotinho. Comete alguns erros de informação e de análise. Afirma, por exemplo que o ex-governador "trocou os ataques Lula pelo elogio à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff." Quem conhece Garotinho e acompanha sua atuação sabe que não é bem isso.

Hoje, segunda-feira (15), Garotinho se reúne com as lideranças do PR do Rio para tratar da festa de sua filiação ao PR, prevista para o dia 22.

Quem conhece Garotinho e acompanha sua atuação sabe que não é bem isso.

Em primeiro lugar, faz bastante tempo que Garotinho deixou de criticar o governo Lula, embora não tenha mudado de opinião a respeito dos erros que identifica no presidente e na sua maneira de governar. Lutou contra estes erros, abertamente, sem demagogia e sem golpismos, quando estava no poder, como governador e como assessor da governadora Rosinha. Tratava-se naquele período, de brigar pelos interesses do Estado, que muitas vezes estiveram em jogo.

Passado o período de exercício do poder, Garotinho tornou-se um observador crítico da realidade nacional. Hoje, por razões óbvias - e as pesquisas, os muros, o abandono dos municípios estão aí para demonstrar - tem muito mais o que criticar no governador do Rio, o viajandão Sérgio Cabral, que conhece como a palma da mão o Quartier Latin, em Paris, e não saberia chegar a qualquer bairro de Nova Iguaçu nem de táxi.

Outro erro de avaliação do Estadão é informar que Garotinho "passou" a elogiar a ministra Dilma Rousseff. A relação de Garotinho e Rosinha com Dilma é antiga. Antecede os entendimentos e as divergências com Lula.

Garotinho conhece Dilma dos velhos tempos do PDT de Leonel Brizola. Ambos foram militantes do partido, ambos foram brizolistas, ambos ajudaram Brizola a reorganizar o trabalhismo no Brasil. Se tomaram caminhos diferentes em certo mommento, isto é da vida e, mais ainda, da política. Mas nunca houve um rompimento entre Garotinho e Dilma. Pelo contrário, mantiveram relação de respeito político e de amizade pessoal.

Para Garotinho, não será difícil integrar-se ao projeto de Dilma 2010. Há identidade entre os dois. Ligação sincera, que precede qualquer interesse eleitoral.


Eis alguns trechos da reportagem do Estadão:


SOBRE LULA

"Recebi uma mensagem de que o presidente não se sentiria incomodado com a minha presença no PR e que teria até vontade de, mais à frente, ter um encontro comigo. Afinal, uma pessoa que o apoiou três vezes não teria motivo para divergências", relata o ex-governador.

"Uma coisa é a Dilma. Terei toda a facilidade, se for candidato a governador, de dar meu palanque a ela. Sendo outro candidato do PT, temos que conversar", diz Garotinho. Ele diz que gostaria até de ter o presidente também no seu palanque, quando for disputar o governo.

AMEAÇA A CABRAL

A aspiração de Garotinho é a principal ameaça ao projeto de reeleição de Cabral, que se baseia na condição de cabo eleitoral exclusivo de Dilma e único abençoado por Lula. Esse é o motivo do entrevero do governador com o prefeito petista de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, que insiste em se lançar numa candidatura alternativa ao governo estadual.

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