Só quem nunca foi governo se atreveria a propor que a polícia assistisse sem reagir à atuação dos criminosos que impõem terror nas comunidades e morros cariocas.
Seria oportunismo deste blog, que defende a volta de Garotinho ao governo, fazer um discurso pela omissão da polícia.
Quando governador, primeiro, e quando secretário de segurança do governo Rosinha, posteriormente, Garotinho nunca se omitiu. Enfrentou a bandidagem com firmeza, ao mesmo tempo em que limpava a polícia dos seus maus elementos.
É claro que sua política de segurança incluiu o melhor tratamento salarial possível aos policiais, além de investimento em armas e equipamento.
Policial não tem que voltar para casa num caixão. Tem que voltar do trabalho inteiro, vivo, para o carinho de seus parentes e amigos.
Mas o risco de morrer inutilmente e de matar sem motivo cresce muito quando a polícia não tem um plano de ação. Uma política de segurança pública confusa e vacilante, como a do atual governo, é um risco enorme para a vida dos policiais e dos cidadãos inocentes, que acabam no meio do fogo cruzado, muitas vezes desnecessário e mal planejado.
Noite de sábado, Morro dos Macacos, Vila Isabel. No mínimo três mortos e seis feridos, nem todos criminosos, foi o resultado de uma operação aparentemente estabanada da polícia no local, a pretexto de investigar denúncia de venda de drogas num baile funk.
Um dos mortos é uma mulher de 35 anos, atingida por uma bala de fuzil quando chegava em casa, depois de uma festa.
A polícia de Sérgio Cabral pode ter cometido vários erros nesta operação mal-sucedida.
Não houve planejamento minucioso.
Havia menos policiais do que o necessário. É sabido que, numa operação de avanço em direção a um grupo entrincheirado de traficantes, quanto mais policiais atuarem, mais os criminosos se sentirão inibidos diante da força superior do Estado.
O horário pode ter sido mal escolhido. Sábado à noite, quando centenas de habitantes da comunidade estão na rua, passeando, se divertindo, expondo-se a um risco muito maior diante de um tiroteio. Os traficantes costumam se aproveitar disso.
Subir morro atrás de bandido pode ser inevitável em certas situações. Mas os comandantes da polícia precisam adotar uma regra fundamental: se subir, é para ganhar, com o menor número possível de perdas entre os policiais e nenhuma morte entre inocentes.
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