O jornal O Globo, que cresceu quando Roberto Marinho ainda estava vivo e direcionava o noticiário para a cobertura do que acontecia na cidade e no estado, virou as costas para o carioca.
Quem lê o jornal e sua cobertura chapa-branca do que acontece hoje no Rio pode ficar com a impressão que mora em Estocolmo, a pacífica cidade sueca.
O motivo parece ser o mesmo: não incomodar os ocupantes dos palácios. E, claro, agradar o departamento financeiro do jornal, sempre de olho gordo nas verbas governamentais.
Mas, no mesmo prédio, onde funciona o Globo, o jornal Extra (que, para ser popular, precisa ser vendido nas bancas) parece ver um Rio diferente, como mostram os fatos a seguir, relatados pelas jornalistas Berenice Seara, colunista do Extra, e Eucimar Oliveira, que criou o jornal e hoje está no You Pode:
REGISTROS MOSTRAM QUE TRÁFICO CONTINUA EM ÁREA OCUPADA PELA PM NO RIO
Coube à competente jornalista Berenice Seara, do jornal Extra, do Rio de Janeiro, mostrar numa pequena nota que a ocupação de favelas pela Polícia Militar não tem sido suficiente para acabar com o tráfico de drogas. Sabe-se que o chamado “movimento” (venda de entorpecentes) resiste em outras regiões ocupadas (apenas quatro de um total de mil favelas), como comunidades da Cidade de Deus e do Leme, esta vizinha à Copacabana. Mas no morro Dona Marta, peça principal do showroom da política de segurança do estado, pensava-se que a questão estava resolvida, pois se trata de uma área pequena e de fácil vigilância, ao contrário de outras favelas. Mas não é bem assim.
Rio tem manhã de arrastão na Zona Sul
Segundo a jornalista, na décima delegacia em Botafogo há vários registros de ocorrência de tráfico de drogas no Dona Marta. Em uma delas, o relato dos policiais é de que um traficante e um viciado foram presos na parte alta da favela, numa boca-de-fumo, a menos de 100 metros da casa que abriga os policiais militares. No dia 12 de abril, já com o morro ocupado, policiais, apenas quatro, tiveram que recuar por não ter como enfrentar sozinhos os traficantes.
Além disso, há outros registros de apreensão de drogas e armas no morro, inclusive uma submetralhadora.
Já o ex-prefeito Cesar Maia, em seu blog de terça-feira, mostra como o carioca está sofrendo com o aumento absurdo no valor do seguro de automóvel, isso porque o total de roubos vem crescendo absurdamente. Veja o que ele diz:
1- De janeiro a maio foram registrados pela polícia 12.154 roubos de veículos. Para o ano 2009 serão uns 30 mil. É um mercado onde as seguradoras estão integradas a sistemas de rastreamento e recuperação de veículos, de forma a reduzirem seu custo. A sofisticação nesse mercado o tornou altamente lucrativo.
2. O crescimento de roubos de veículos no Rio se dá a taxas de 3%. O valor dos carros usados caiu muito nestes últimos meses. Mas o Valor do Seguro, em média, praticamente dobrou. Ocorre principalmente nas regiões de maior incidência de roubos e com isso as seguradoras passaram a atribuir o seguro para cada automóvel em função de seu CEP.
3. Quando o CEP é o das regiões de maior incidência de roubos, o seguro pode mais do que dobrar. A taxa de lucro neste momento voltou a atrair seguradoras estrangeiras com capacidade de acompanhamento, rastreamento e recuperação, o que exige investimentos razoáveis e economia de escala. Os donos de veículos, especialmente dos CEPs de maior incidência de roubos (Grande Tijuca, Grande Méier, etc.), não conseguem entender seus veículos desvalorizando e o seguro aumentando: são os roubos.
Esse blog adoraria ter de volta a segurança de Estocolmo, que só o Globo vê, combinada com a beleza do Rio do Janeiro.
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