Jornal prova que política de truculência só faz bandidos mudarem de endereço

Impressionante como demora a reagir o aparato de segurança sob o comando de Cabral. É elementar que ações nas tais Unidades Pacificadoras (na realidade, Unidades Precárias) resultariam em novas ações dos bandidos.

Era e é o óbvio. Só agora reconhecido pelo governo de Cabral, que deveria investir em inteligência e não em truculência, que não levada a nada.

Abaixo reportagem do Jornal do Brasil sobre o tema:

A resposta dos traficantes às ocupações dos morros do Rio

Mario Hugo Monken, Jornal do Brasil

RIO - Bandidos de comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ou que foram alvos de operações policiais recentemente estão por trás das sucessivas ações criminosas ocorridas na Zona Sul nos últimos dias.

– Com as ações da polícia em favelas, está havendo um deslocamento da mancha criminal, e a Polícia Militar está atuando nessas comunidades onde há bandidos praticando esses crimes nas ruas e fazendo apreensões de motos, fuzis – disse o relações-públicas da PM, major Oderlei Santos.

Essa mudança no comportamento dos criminosos foi comprovada esta semana quando policiais prenderam um casal que morava no Morro Chapéu Mangueira, no Leme. Os dois eram traficantes e passaram a praticar assaltos na região depois que a comunidade recebeu a UPP.

Segundo a polícia, os bandidos de favelas pacificadas querem novas fontes de renda. Parte dos bandidos da Cidade de Deus foi para o Complexo do Alemão. Já os do Chapéu Mangueira e Babilônia migraram para o Morro da Serrinha, em Madureira. Os do Dona Marta rumaram para a vizinha Tabajaras.

Com as ações ousadas em áreas de muita visibilidade, os bandidos estariam tentando criar a impressão de que a repressão da polícia no interior das favelas contribui para o aumento da criminalidade no asfalto, interpreta um delegado da Polícia Civil que prefere não se identificar.

Entre a madrugada e a manhã de ontem, três assaltantes da Rocinha, onde a polícia esteve na quarta e na quinta-feira, mantiveram cinco pessoas reféns durante quase seis horas em Copacabana (Zona Sul). Os bandidos só se entregaram após a chegada de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da mãe de um deles, com um bebê no colo.

Zuzu Angel

Na noite de sábado, homens armados em três motos fizeram um arrastão no Túnel Zuzu Angel, em São Conrado e abordaram três veículos. Foram feitos disparos para o alto. Apavorados, muitos motoristas abandonaram seus carros ou tiveram pertences roubados.

Ainda na noite de sábado, ocorreu uma outra tentativa de arrastão, desta vez no Elevado 31 de Março, que liga o Túnel Santa Bárbara a Santo Cristo. Seis homens armados em motocicletas roubaram um carro e os pertences de um outro motorista. Os bandidos teriam vindo da Zona Sul, já que perseguiram as vítimas desde a saída do túnel.

No início da noite de quinta-feira, houve um arrastão no Túnel Velho em Copacabana. Cerca de dez homens armados tentaram roubar um táxi. O motorista abandonou o veículo e saiu correndo.

Os ladrões eram da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, onde estão refugiados traficantes do Morro Dona Marta, em Botafogo, ocupado por uma UPP.

Tensão

O assalto com reféns em Copacabana começou por volta das 2h30. Um casal foi abordado ainda na rua e levado para dentro de um prédio na Rua Assis Brasil.

Dentro do apartamento, um dos reféns, um militar aposentado, baleou um dos assaltantes no braço.

Assustados, os ladrões foram para outro prédio, onde fizeram outros reféns.

Alertados por um porteiro, PMs do 19º Batalhão (Copacabana) e do Bope cercaram os prédios. A negociação durou cinco horas.

Para se renderem, os bandidos exigiram a presença de familiares e da imprensa. Com a chegada da mãe de um deles, o caso foi solucionado, pouco depois das 8h.

O trio foi identificado como Laércio da Conceição Júnior, de 20 anos, Ricardo do Nascimento Florentino, 19 e Roberto de Aquino, 20. Todos tinham passagem pela polícia por roubos e furtos.

1 Comente aqui:

José Henrique disse...

É a consequencia de tirar os bandidos de um lugar. Tá na cara que eles vão atacar a população no asfalto.