Em entrevista ao portal iG, o agora pré-candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho destacou que a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, vai subir no seu palanque no Rio. Garotinho aproveitou também para ironizar o atual (des) governador Sérgio Cabral: "Ele se estressa muito com palanque duplo".
Leiam abaixo:
Garotinho: "Dilma também fará a minha campanha"
Andréia Sadi, iG Brasília | 26/04/2010 19:18
O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) garante: a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, vai subir no seu palanque no Rio. Desafiando a aliança PT e PMDB no Estado, que tem como candidato o atual governador, Sérgio Cabral, Garotinho disse ao iG que Dilma ficou em cima do muro no domingo, em visita ao Rio, quando questionada sobre o apoio a Cabral. “Ela deu a entender que o segundo palanque seria o meu. A campanha dela terá outros palanques. Dilma separou o PT da candidatura dela”, disse o ex-governador.
"O palanque do Sérgio Cabral é o único do Partido dos Trabalhadores aqui no Rio de Janeiro", havia declarado Dilma, durante o congresso do partido na zona norte do Estado. "No que se refere a outros palanques, a coordenação da minha campanha com todos os partidos da base aliada vai avaliar as posições", completou.
O ex-governador ironizou a irritação de Cabral com a possibilidade de dois palanques da candidata no Estado. Segundo ele, o atual governador “é muito estressado” e teme a disputa eleitoral. “Ele está com medo de um candidato de 57 segundos na televisão?”, questionou, em referência ao seu tempo de propaganda.
Garotinho, duas vezes governador do Rio, já foi um crítico feroz do presidente Lula e, no passado, costumava atacar publicamente o presidente, época em que atuava como secretário de Segurança Pública na gestão de sua mulher, Rosinha Garotinho, que o sucedeu.
O ex-governador do Rio foi candidato à Presidência em 2002, mas não chegou ao segundo turno da eleição, vencida pelo presidente Lula.
De olho na sucessão estadual em 2010, Garotinho - que deixou o PMDB depois de uma intensa disputa interna com Cabral pelo comando da legenda regional - se filiou ao PR , partido da base do presidente Lula, assim como o PMDB, de Sérgio Cabral.
A seguir, confira os principais trechos da entrevista ao iG:
iG:O que o senhor achou da declaração da Dilma de que o palanque do PT é do Sérgio Cabral?
Garotinho: O que ela disse é que o palanque do Cabral é do PT. Ela, a campanha dela, terá outros palanques. Dilma separou o PT da sua campanha.
iG:O senhor acha que ela vai subir no seu palanque, então?
Garotinho: Bom, até os jornais estão dizendo hoje que ela deu a entender que teria o segundo palanque e que este seria o meu. Que ela ficou em cima do muro.
iG:O senhor acha que o Cabral e o PMDB no Rio se sentem ameaçados por conta da sua proximidade com Dilma?
Garotinho: Veja bem, o governador Sérgio Cabral ou superestima a minha capacidade ou subeestima a dele. Porque ele tem o apoio quase que unânime dos deputados estaduais, ele tem quase que a totalidade dos prefeitos recebendo verba do Estado. Tem o apoio do PT, além do PMDB, do PSB do PCdoB e outros peixes. Ele está com medo de um candidato de 57 segundos na televisão? Eu só tenho 57 segundos na televisão.
iG:Quando o senhor falou de palanque duplo no Rio, Cabral chegou a mostrar irritação.
Garotinho: Ele é muito estressado, fica estressado à toa. Na verdade, O Sérgio Cabral não quer oposição. Quer disputar sozinho. Por isso convenceu o Lindenberg Farias a abrir mão da candidatura ao governo, trabalha para o Fernando Gabeira desistir, e para que eu fique sem partido nenhum e sem tempo de televisão.
iG:Por quê?
Garotinho: Porque ele tem medo do debate. Ele fez um governo fraco. As pesquisas mostram que os governadores que disputam a reeleição, fora Yeda Crusius (PSDB) que teve problema, o Sérgio Cabral tem o pior desempenho. No ranking do Datafolha, ele só ganha do José Roberto Arruda (ex-DF) e da Yeda. Então, ele não quer debate, quer ganhar sem disputar. Aí é muito fácil, né?
iG:O senhor acha que sua candidatura pode ajudar à Dilma?
Garotinho: As pesquisas dizem que sim. Antes de ser lançado candidato, eu tinha 25%, de um eleitorado de 11 milhões e meio, sem ter me lançado ainda. São quase três milhões de votos. Pode ajudar, né?
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Muito boa a entrevista. Estamos juntos com Garotinho
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