Garotinho se orgulha da fé e da política. Mas não mistura as duas coisas

MITO NÚMERO 2

Garotinho não faz a devida separação entre política e religião. Mistura sua fé pessoal com as suas ações administrativas. Como é evangélico, privilegia este ramo do cristianismo em suas decisões e persegue outras denominações religiosas. Não respeita o caráter laico do estado. Tanto que, quando Rosinha era governadora, o casal impôs o ensino religioso nas escolas públicas, dando preferência aos professores evangélicos.

A VERDADE SOBRE O MITO NÚMERO 2

Há muita incompreensão e, principalmente, muita mentira nas afirmações que você leu acima. Mas certamente o leitor deste blog já ouviu algumas delas.

Muitos políticos que gostam de dizer que Garotinho se aproveita da política, tentam explorar o fato de Garotinho ter fé religiosa e se orgulhar dela para indispô-lo contra os eleitores não-evangélicos. Cometem, eles, exatamente o crime ético do qual acusam injustamente Garotinho. Diga-se, a bem da verdade, que nunca deu certo. Garotinho jamais se elegeu apenas com os votos dos evangélicos. Sempre foi apoiado indistintamente por cidadãos de todas as religiões ou de religião nenhuma.

Vamos mostrar aqui como Garotinho se tornou um homem de fé e, depois, reproduzir um artigo em que ele deixa bem clara a sua visão sobre a mistura entre política e religião.

Depois da morte do pai, Garotinho, antes de completar 15 anos, foi morar com o avô, Nahim Matheus Jacob. Nessa época, teve o primeiro contato com a Bíblia, que lia para o avô. Em 1994, aos 34 anos, depois de um grave desastre de automóvel - em plena campanha para o Governo do Estado do Rio, apenas um mês antes da eleição - o líder estudantil ateu e de formação marxista acabou por se transformar em político que não se envergonha do Evangelho. No hospital, um senhor humilde, com uma Bíblia debaixo do braço, dizia-lhe que Jesus estava queimando seus pecados e que ele deveria entregar a vida a Jesus. E, para completar, disse algo mais ou menos assim: “Nunca fale mal desse acidente. Bendito acidente que parou você na hora mais importante da sua vida. O que aconteceu foi para você se encontrar com Jesus.”

Depois desse acidente, de fato a vida de Garotinho mudou. Deus passou a ser referência para todas as coisas. A Bíblia tornou-se sua companheira; a Palavra de Deus, a inspiração para a vida pública. Desde a transformação, assumiu inteiramente sua fé e não hesita em dar testemunho em templos por todo o país, mesmo enfrentando preconceitos. Adversários políticos questionam sua fé e até membros de comunidades evangélicas desconfiam da mudança. Nunca parou de ler a Bíblia, procura citá-la em entrevistas e em discursos e busca colocar em prática no dia-a-dia os princípios e ensinamentos pela Palavra de Deus.

Garotinho costuma dizer que os políticos que o criticam pela religião são os primeiros, em época de campanha, a procurar igrejas em busca de votos.

A partir daqui, o leitor conhecerá a posição de Garotinho sobre o laicismo, manifestada em artigo escrito por ele durante o governo Rosinha e publicado em alguns grandes jornais brasileiros:

Sim, eu tenho fé!

Anthony Garotinho*

“A fé é a mais elevada paixão de todos os homens”

Kierkegaard, filósofo dinamarquês (1813-1855)

A defesa do estado laico tem servido como arma para aqueles que pretendem interditar o direito dos cristãos à atividade política. A separação entre Igreja e Estado é uma das maiores conquistas da civilização, legada à humanidade pela Revolução Francesa e pelas idéias iluministas. Mas nasceu, é preciso que se relembre sempre, tanto como forma de proteção do estado da influência da Igreja quanto defesa da Igreja da perseguição e interferência do estado. Reciprocidade que os próprios desvios da maior de todas as revoluções tratou logo de desrespeitar, destruindo templos e proibindo a atuação dos sacerdotes, direito reestabelecido apenas alguns anos depois, por Napoleão Bonaparte.

A luta pela laicidade se confude com a luta dos cristãos pela liberdade de culto e pelo direito à ação política. E antecede em muito a Revolução Francesa: em 1520, na primeira de suas grandes obras, Martinho Lutero defendia as bases do regime laico, segundo as quais o estado não pode estar sujeito à tutela da Igreja porque isto acaba por gerar governos teocráticos, em princípio contrários ao Evangelho. Para o líder da reforma que deu origem ao protestantismo, no entanto, esta separação clara de responsabilidades não rouba do cristão o direito – e mesmo o dever – à ação política e pública.

Se estado e Igreja devem estar separados, política e religião podem, sim, caminhar juntas porque o bem comum e as liberdades civis fazem parte da essência da ética religiosa. Coube a um francês, João Calvino, aprofundar a reforma e a compreensão do compromisso do cristão com a política. Na sua obra mais importante – “A Instituição da Religão Cristã” – Calvino mostrou que a carreira política era uma das mais nobres funções a que um cristão podia aspirar. A democracia e o desenvolvimento do Ocidente devem muito às lutas seculares do calvinismo pelo direito ao trabalho, ao acesso amplo à educação e à ascensão social.

Para os cristãos das mais diversas linhas religiosas, a política é uma imposição moral e questão de fé doutrinária. Mas é também compromisso com a ética racional, fruto da sabedoria de filósofos gregos pagãos. Ambas, fé e razão, convergem na defesa do valor da vida e da justiça social. O discurso laicista, no entanto, tenta negar aos cristãos este direito fundamental. Faz uso da mídia para brandir preconceitos que, a pretexto de preservar o estado laico, tentam negar aos que professam alguma fé religiosa o direito à mais legítima das atividades humanas não-confessionais: a luta política.

O bispo sul-africano Desmond Tutu definiu muito bem esta intolerância do laicismo:

— Não há nada mais político do que dizer que a religião nada tem a ver com a política.

A fé que cria consciência, tanto no sentido religioso como no sentido político, redime porque mobiliza: no sentido religioso, na direção de Deus; no sentido político, na direção da cidadania. A fé que manipula, ilude, tanto no sentido religioso como sobretudo no sentido político, porque degrada e corrompe. A fé desprovida de livre-arbítrio e de espírito crítico paralisa a luta social, mas a fé entendida como profundo apego a ideais e convicções íntimas alimenta a luta social e dela se nutre.

Eu tenho fé e me orgulho disso. Fé religiosa – protestante, reformada, calvinista – e fé política, traduzida na confiança de que o Brasil será capaz de se tornar um país justo para todos, sem distinção de qualquer tipo. Mas somos vítimas – eu e minha mulher, Rosinha – de uma das maneiras mais clássicas de esconder a verdade: a divulgação deliberada de meias-verdades.

Entendo o estado laico, estabelecido formalmente na Constituição brasileira, como conquista de todos, inclusive da Igreja, que assim se libertou da ingerência do estado. Defendo o pluralismo religioso, assim como defendo o direito de todos os cristãos de professarem sua fé. Acrescente-se: cristãos e não-cristãos.

É comum, por exemplo, acusarem a mim e Rosinha de implantar o ensino do creacionismo nas escolas públicas do Rio. Eis, se tanto, uma meia-verdade. A lei, de autoria do deputado carlos Dias, por sinal um católico fervoroso, autorizou o estado a introduzir o ensino religioso nas escolas apenas como disciplina opcional. De resto, não fez mais do que dar cumprimento ao que determina o artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (federal), de 1996.

A intolerância laicista tenta impor como verdade que trata-se de manobra sórdida para submeter os alunos a doutrinação evangélica. Isto nem meia-verdade chega a ser. Durante um ano, um conselho formado por padres, pastores e voluntários de vários ramos religiosos debateu a lei e decidiu que a disciplina seria opcional e ministrada por professores contratados através de concurso público. O número de professores aprovados obedece rigorosamente aos dados do IBGE sobre a proporção de cada religião no país. Por esta razão, dois terços dos professores são católicos, não havendo, portanto, privilégio a nenhum segmento religioso. Foram contratados 342 professores católicos, 132 evangélicos e 26 de outras religiões.

Como cidadãos, eu e a governadora Rosinha Garotinho temos o direito de professar a nossa fé. Na condição de governantes, como não podia deixar de ser, agimos com a imparcialidade, tomando medidas que visam ao atendimento de todos os segmentos religiosos. Dois exemplos: o governo do estado restaurou e iluminou a mais importante catedral católica do interior – a Igreja Matriz de Valença – e, ao mesmo tempo, iluminou a histórica catedral presbiteriana do Centro do Rio.

É esta a nossa posição. A garantia do estado laico só é verdadeiramente democrática se permite a cada indivíduo a liberdade de professar a sua fé. O fundamentalismo costuma se expressar nos dois extremos desta questão: tão perigoso quanto misturar Igreja e estado é implantar uma ditadura de céticos.

29 Comente aqui:

Vicente Portella disse...

Eu, particularmente, sou agnóstico, e participei de todas as campanhas de Garotinho e da campanha de Rosinha para o Governo.
Aliás, é bom frisar que no Governo Garotinho formou-se um Secretariando plural em termos religiosos, tendo inclusive pelo menos um ateu, Fernando Lopes, e um judeu, Sérgio Zveiter.
Brizola era protestante, como Garotinho, e me orgulho também de ter participado de várias de suas campanhas.
O Estado é laico, mas as pessoas, inclusive dirigentes, tem o direito de professar suas convicções religiosas sejam elas quais forem.
Negar esse direito aos protestantes significa criar condições para nega-lo também a outros religiosos e até aos sem religião.
O Brasil precisa de Governantes sérios e não de questiúnculas, artifícios menores na tentativa de fomentar guerras religiosas.

Veronica Santos disse...

Também sou testemunha que Garotinho nunca mistou religião com política.

Carlos Eduardo Martins disse...

Quem diz que Garotinho mistura política com religiaão nunca passou nem parte de um comício do ex-governador.
Acusações sobre misturar religião com política é para queimá-lo. É feita de propósito

Deodato disse...

Muito boa a análise. Aguardo mais artigos como esse desmetificando coisas que imputam a Garotinho e a sua família

Ernesto Carneiro disse...

Não sou religioso e nem preconceituoso. Se Garotinho voltar a ser candidato, vote nele e ainda peço votos

Eunice disse...

Muito bom a série de artigos. É para imprimir e mostrar para os amigos.

leticia disse...

Bem escritos e esclarecedores esses artigos.

Isaías Andrade disse...

Muito bom o artigo. Parabéns! Textos como este são importantes para os novos eleitores de Garotinho.
Valeu. Vou divulagá-lo aqui em Miracema, minha cidade.

Rodrigo disse...

Farei a mesma divulgação aqui em friburgo até porque os eleitores com mais de 16 anos não viveram no governo dele e podem ser enganados

Candida disse...

O Garotinho nunca foi precomceituoso. É um homem de Deus

Paulo André Farah disse...

A verdade é que há muitos politicos invejosos e que nada fazem pelo povo. Quando aparece um que faz é sempre assim: é criticado

Cardoso disse...

Realmente muito bom esses artigos. Há muita inverdade sobre o Garotinho e muita coisa que é escondida da população sobre outros políticos. Aguardo mais artigos como esses.

Rosa Maria disse...

É Garotinho novamente para o bem da população. Divulguem esses artigos, que alias mercem mesmo serem divulgados

Orlando disse...

Imprimi e estou distribuindo para os amigos.

Pedro Luiz disse...

Cai mais uma das inverdades sobre Garotinho

Willian disse...

Esse material sobre as inverdades sobre o Garotinho são úteis para as novas gerações. Parabéns

Julio Monteiro disse...

Volta Garotinho

Gomes disse...

Eu sempre desconfie de quem taxava o Garotinho de assistencialista. Qual é o mal do cara que quer fazer o bem?

André disse...

Muito bom o texto. Volta Garotinho!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ricardo Santos disse...

Quem fala mal de Garotinho é porque não faz nada. Olha aí o Cabral!

Inácio Silva disse...

Parabéns pelo texto. Conceição de Macabu está com Garotinho em 2010.

Albertino Campos disse...

Estou ansioso por outros textos sobre Garotinho. Quem critica é porque nunca fez nada pelo povo.

Paulo Fernando disse...

Garotinho incomoda porque sempre foi uma pessoa simples, que trabalha duro, tem uma ótima família e governou o estado para todos, não só para essa elite mal acostumada com privilégios.
Com Cabral, por exemplo, a Zona Sul passou a ter dois prefeitos. Ele e o Eduardo Paes.

Claudio disse...

Garotinho sempre foi perseguido pela mídia

Lucia Regina disse...

Parabéns pelos artigos. Vai ter mais???

Vania disse...

Garotinho de fato governo para todos, sem distinção de raça, credo, cor, conta bancária.

Ivan disse...

Muito bom. Parabéns. Volta logo Garotinho. Aqui em Volta Redonda querem que volte para termos de novo um governo e não esse desgoverno do Cabral.

Virginia disse...

Realmente foram cometidas muitas baixarias contra Garotinho. Atingiram até a sua família. Dessa vez eu acho que ele não deveria aceitar as provocações da Rede Globo. Deve deixar a Record brigar contra ela.

José Lourenço disse...

Estou com Garotinho. De novo