Desde abril, cerca de 300 litros por segundo em detritos in natura estão sendo despejados no mar por culpa da Prefeitura do Rio.
A Estação de São Conrado, que atenderia também a Rocinha - e que foi inaugurada no governo Rosinha Garotinho - está parada porque a prefeitura, que passou a administrar o local, deixou de fornecer os produtos químicos usados para o tratamento do esgoto.
Leia abaixo a íntegra da reportagem do JB
Depois de conviver durante anos com a poluição, uma das praias mais bonitas do Rio de Janeiro, a de São Conrado, está novamente ameaçada. Isto porque, desde abril, a Estação de Tratamento de Esgoto do bairro (ETE) está parada. O posto era responsável pela captação e tratamento de detritos produzidos na maior favela da América Latina, a Rocinha. Com a ETE sem funcionar, 300 litros por segundo de esgoto in natura está sendo despejado no mar.
O presidente da Associação de Moradores de São Conrado (Amasco), José Britz, disse que, se a situação persistir, poderá ocorrer um grande problema de saúde pública.
– Estamos com receio de que apareçam pessoas com doenças de pele e infecção intestinal. O mal cheiro já começou a aparecer - reclamou.
– Estamos com receio de que apareçam pessoas com doenças de pele e infecção intestinal. O mal cheiro já começou a aparecer - reclamou.
Britz declarou que o esgoto é despejado a cerca de 400 metros da praia, na parte conhecida como Costão. Entretanto, segundo ele, correntes marítimas levam os detritos para uma área onde há prática do surfe. A ETE São Conrado é administrada pela Rio Águas, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Obras.
Britz afirmou que a estação não funcionou mais depois que a Prefeitura parou de fornecer produtos químicos que eram usados no tratamento do esgoto_hipoclorito de sódio, sulfato de alumínio e
polímero.
polímero.
Segundo ele, uma empresa de engenharia que era responsável pelos equipamentos e pela operação da ETE também interrompeu o serviço porque não ainda não teve o contrato renovado após a mudança de governo.
– Tive a informação de que eles ficaram lá até abril – disse
O JB entrou em contato com a empresa de engenharia, cuja sede é em São Paulo. No entanto, ninguém da diretoria foi localizado para falar sobre o assunto.
Falta de segurança
A reportagem do JB esteve na ETE na tarde de ontem e constatou o abandono. Apenas um funcionário trabalhava no local. Ele confirmou que a estação não funciona desde abril.
Os equipamentos estão parados. O laboratório que fazia a dosagem dos produtos químicos no esgoto também. Alguns contém lixo (garrafas, latas, entre outros). Os tanques onde o esgoto era tratado estão vazios.
A reportagem do JB esteve na ETE na tarde de ontem e constatou o abandono. Apenas um funcionário trabalhava no local. Ele confirmou que a estação não funciona desde abril.
Os equipamentos estão parados. O laboratório que fazia a dosagem dos produtos químicos no esgoto também. Alguns contém lixo (garrafas, latas, entre outros). Os tanques onde o esgoto era tratado estão vazios.
O local não tem segurança. O JB encontrou o portão aberto.
Britz explicou que o esgoto tratado na ETE-São Conrado era despejado primeiramente no canal da Avenida Aquarela do Brasil e, em seguida no mar.
Ele declarou que surfistas chegaram a pedir que os detritos fossem despejados a 700 metros e não a 400 metros, como é feito atualmente.
Britz destacou a importância da ETE para a região.
– A Rocinha tem cerca de 100 mil moradores. Antes da construção da estação de tratamento, até
pedaços de carros que eram jogados nos valões podiam chegar ao mar. Com a estação, passou-se a separar os resíduos sólidos e descartá-los em outros lugares – lembrou.
1 Comente aqui:
Ainda bem que o Cabral e Eduardo Paes não vão à praia em São Conrado. Já imaginaram como a sujeira iria ficar...
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