Extinto por Rosinha, valão de São Conrado volta com Eduardo Paes


Desde abril, cerca de 300 litros por segundo em detritos in natura estão sendo despejados no mar por culpa da Prefeitura do Rio.

A Estação de São Conrado, que atenderia também a Rocinha - e que foi inaugurada no governo Rosinha Garotinho - está parada porque a prefeitura, que passou a administrar o local, deixou de fornecer os produtos químicos usados para o tratamento do esgoto.


Leia abaixo a íntegra da reportagem do JB

Depois de conviver durante anos com a poluição, uma das praias mais bonitas do Rio de Janeiro, a de São Conrado, está novamente ameaçada. Isto porque, desde abril, a Estação de Tratamento de Esgoto do bairro (ETE) está parada. O posto era responsável pela captação e tratamento de detritos produzidos na maior favela da América Latina, a Rocinha. Com a ETE sem funcionar, 300 litros por segundo de esgoto in natura está sendo despejado no mar.

O presidente da Associação de Moradores de São Conrado (Amasco), José Britz, disse que, se a situação persistir, poderá ocorrer um grande problema de saúde pública.
– Estamos com receio de que apareçam pessoas com doenças de pele e infecção intestinal. O mal cheiro já começou a aparecer - reclamou.

Britz declarou que o esgoto é despejado a cerca de 400 metros da praia, na parte conhecida como Costão. Entretanto, segundo ele, correntes marítimas levam os detritos para uma área onde há prática do surfe. A ETE São Conrado é administrada pela Rio Águas, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Obras.

Britz afirmou que a estação não funcionou mais depois que a Prefeitura parou de fornecer produtos químicos que eram usados no tratamento do esgoto_hipoclorito de sódio, sulfato de alumínio e
polímero.

Segundo ele, uma empresa de engenharia que era responsável pelos equipamentos e pela operação da ETE também interrompeu o serviço porque não ainda não teve o contrato renovado após a mudança de governo.

– Tive a informação de que eles ficaram lá até abril – disse

O JB entrou em contato com a empresa de engenharia, cuja sede é em São Paulo. No entanto, ninguém da diretoria foi localizado para falar sobre o assunto.

Falta de segurança
A reportagem do JB esteve na ETE na tarde de ontem e constatou o abandono. Apenas um funcionário trabalhava no local. Ele confirmou que a estação não funciona desde abril.
Os equipamentos estão parados. O laboratório que fazia a dosagem dos produtos químicos no esgoto também. Alguns contém lixo (garrafas, latas, entre outros). Os tanques onde o esgoto era tratado estão vazios.

O local não tem segurança. O JB encontrou o portão aberto.

Britz explicou que o esgoto tratado na ETE-São Conrado era despejado primeiramente no canal da Avenida Aquarela do Brasil e, em seguida no mar.

Ele declarou que surfistas chegaram a pedir que os detritos fossem despejados a 700 metros e não a 400 metros, como é feito atualmente.

Britz destacou a importância da ETE para a região.

– A Rocinha tem cerca de 100 mil moradores. Antes da construção da estação de tratamento, até

pedaços de carros que eram jogados nos valões podiam chegar ao mar. Com a estação, passou-se a separar os resíduos sólidos e descartá-los em outros lugares – lembrou.

1 Comente aqui:

Emerson Lopes disse...

Ainda bem que o Cabral e Eduardo Paes não vão à praia em São Conrado. Já imaginaram como a sujeira iria ficar...