Jornalista denuncia que imprensa carioca se cala sobre violência policial

A imprensa do Rio, não se sabe lá porque motivo, não vem dando importância para grave situação na qual a política de confronto do governo Sérgio Cabral vem causando mais e mais mortes, principalmente entre os jovens.

O jornalista Eucimar Oliveira, do site Youpode, é uma das exceções.

Leia abaixo a denúncia que ele publicou no site:

Todos esconderam
// Postado por Eucimar de Oliveira
Três (Globo, O Dia e JB) esconderam de sua primeira página e um (Extra) deu uma chamadinha mínima apesar da importância do assunto. Foi assim que os quatro principais jornais do Rio trataram a decisão do Ministério Público de pedir a prisão de 30 policiais militares que, na política de confronto instituída pelo estado, são acusados de matar 20 jovens inocentes em 2007 e 2008 em atos de execução sumária transformados em autos de resistência.

A reveleção, feita pelo Jornal Nacional da TV Globo, foi em horário suficientemente razoável para que todos os jornais avançassem no assunto e a ele dessem o destaque merecido. Violência policial é um dos calos da atual administração estadual e já provocou reações contundentes da Anistia Internacional. Só não causa indignação nos jornais que, de alguma forma, deveriam expressar o pensamento e o sentimento de seus leitores e não os do governo e suas orientações de segurança.

As primeiras páginas de hoje são a prova inconteste de uma destestável omissão da imprensa do Rio. Resta perguntar: como agiriam todos em outras administrações? Só para reforçar: foram 20 jovens mortos covardemente. E mais m registro: no JB o tema não mereceu mais do que cinco pobres linhas.

A propósito, a primeira página de O Dia dá a entender que tiro de policial à queima-roupa em bandido ou inocente não causa mais arrepios na imprensa, por mais que arrepie e enoje a sociedade.

Numa espetacular seqüência de imagens, a fotógrafa Isabela Kassow flagra a prisão de um ladrão na Baixada e que só definitivamente dominado após o policial fazer um disparo próximo dele. Mas um disparo de advertência e intimidação, não à queima-roupa (que pressupõe covardia e ilegalidade) como estampa o jornal na manchete de sua primeira página. Foi desnecessário e injusto com este PM que, ao contrário dos outros executores, agiu rigorosamente dentro da lei.

2 Comente aqui:

Luiza disse...

Se fosse no governo garotinho, era pancada pura nele

Perdo Paulo disse...

Muito bom o comnetário desse Eucimar. Parabéns a vcs por postarem esse artigo