O médico que recusou atendimento a três grávidas na maternidade do hospital Miguel Couto e as mandou para outro hospital de ônibus foi afastado do trabalho pela secretaria municipal de Saúde. Pode ser processado por homicídio culposo, já que uma das grávidas que ele dispensou perdeu o bebê, com sete meses.
A negligência do médico é inaceitável e deve mesmo ser investigada com rigor, para eventuais e merecidas punições.
Mas a prefeitura está fugindo da sua parte de responsabilidade.
É fácil punir o médico, que de fato agiu de maneira errada. Só que o poder público também tem obrigação de fazer a rede de saúde funcionar.
A comissão de Saúde da Câmara de Vereadores esteve na maternidade do Miguel Couto e encontrou uma situação de completo descaso da prefeitura: carência de pessoal, falta de equipamentos, exemplo típico da completa degradação da rede pública municipal.
Punir o médico negligente e dar o assunto por encerrado é uma forma de varrer a crise da saúde municipal para debaixo do tapete.
Castiga os profissionais de saúde, livra a cara das autoridades e mantém a população submetida ao péssimo atendimento, neste e em outros hospitais públicos.
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