Senado precisa de Operação Mãos Limpas, sob o comando de um grupo independente

O Senado vive aquela situação comum às grandes crises políticas, quando a quantidade de denúncias é de tal maneira volumosa que, nem bem absorvemos ou entendemos uma, e outra já aparece nas páginas dos jornais.


Vira tudo uma geléia e, a certa altura, não se sabe o que ficou ou não provado, o que tem solução ou não solução, o que realmente é grave e o que é secundário.

As medidas anunciadas nem chegam a ser analisadas porque uma nova denúncia já está em pauta.

Não há mais solução pontual. A crise é estrutural e estruturais devem ser as soluções.

Na verdade, só há uma solução digna de crédito: uma intervenção da sociedade brasileira no Senado.

A mesa diretora, se ainda tem alguma dignidade a preservar, deve convocar um grupo independente de cidadãos brasileiros acima de qualquer suspeita para propor a moralização do Senado. Este grupo apontaria conceitos, métodos, maneiras de agir para toda e qualquer irregularidade ou ato suspeito cometido na última década e meia.

O Senado precisa criar a sua Operação Mãos Limpas, comandada por um grupo de intocáveis. O grupo pode propor um decreto ou projeto legislativo que, aprovado em plenário, dê à Mesa amplos poderes para tomar medidas imediatas, sem perda de tempo e sem a burocracia que normalmente serve para proteger os autores das fraudes e irregularidades.

O grupo independente teria poder para contratar profissionais reconhecidos por sua competência no ramo de auditorias e investigações de fraudes e artimanhas contábeis.

A cada irregularidade constatada, amparado no decreto legislativo, o grupo terá poder de solicitar a suspensão do contrato de trabalho dos envolvidos e o cancelamento imediato dos privilégios concedidos.

Por respeito à norma da lisura superior e inquestionável que deve orientar o serviço público, que o princípio seja a suspensão de qualquer funcionário suspeito, assim como os efeitos de qualquer privilégio concedido. Até prova em contrário.

O trabalho deste grupo deve ser rigorosamente independente e, o que é fundamental, absolutamente aberto à visão da opinião pública, por meio de um site e um blog criados especialmente para esta fase de auditoria total.

O Senado precisa limpar sua sujeira em público.

Do contrário, continuará sendo alvo da fúria denuncista da mídia.

Se nada pode ser escondido, não haverá nada mais importante do que o debate sobre a solução dos problemas.

1 Comente aqui:

Sueli disse...

Tudo o que for feito as claras terá a minha aprovação. Mas eles vão fazer????