César Maia analisa a falta de popularidade de Cabral e afirma que vaias são espontâneas

Especialista em pesquisas, o ex-prefeito César Maia analisa hoje em seu ex-blog a queda da popularidade de Sérgio Cabral e a irritação com as vaias que ele, governador, vem recebendo.

Afirma também que não adianta colocar a culpa nos outros e que não houve a tão falada orquestração dos estudantes que vaiaram espontaneamente Cabral em recente evento no Maracanãzinho.

Maia também acha Cabral um péssimo ator, quando se finge de bravo para defender os interesses do Rio.

Leiam abaixo

DESGASTE DE IMAGEM NÃO SE RESOLVE COM MÍDIA!

1. Sempre que um político é vaiado, procura colocar a culpa em um adversário seu. Mas se, simultaneamente, ocupa os espaços que pode na mídia e aciona esquemas publicitários, é porque, na verdade, sabe que a vaia não foi orquestrada. Este Ex-Blog viu e reviu o vídeo integral do discurso do ministro Lupi (que está no YouTube). Durante todo o discurso, a câmera passeia, focalizando os jovens. Não há sinais de claque. No final do discurso, quando vai citando os presentes e a câmera continua passeando pelos jovens, a citação do nome do governador do Estado do Rio é espontaneamente respondida com vaias, fortes e dispersas, não localizadas como claques.

2. Sobre o desgaste de imagem do governador, ele, melhor do que ninguém sabe. Afinal, abriu uma ofensiva de destaques na imprensa, que teve seu ápice com o Pré-Sal. Seu rosto, fingindo-se de zangado, pode ser analisado por um vestibulando de psicologia. Seu ânimo foi bem anotado pelo governador de SP, comentando as bolsas em baixo dos olhos, um sinal ruim para sua idade. Buscava a qualquer preço ser percebido como defensor do Rio, quando o que conseguiu foi o contrário, na medida em que, uma vez apresentados os projetos de lei, esses serão emendados. Vazou-se que Lula estava zangado com ele. Nada tão inverídico. Ao contrário, ficou preocupado. Preocupação que já havia manifestado antes ao governador de Minas.

3. Simultaneamente, deu uma entrevista em 3 blocos à TV sobre temas que o levantassem: salários de servidores (onde mentiu), pré-sal e olimpíadas 2016. Paralelamente, vazou pesquisas completamente desfocadas, o que não quer dizer manipuladas. Basta definir uma ordem de perguntas e no meio colocar avaliação de governo ou intenção de voto. Essa tentativa de reverter o desgaste de imagem por um estresse de mídia, só agrava a imagem, pois, sem fatos concretos, irrita o eleitor. A pesquisa que deveria fazer é sobre as razões desse desgaste.

4. Outro dia, em reunião com prefeitos, procurou oferecer um pacote de bondades, o que passou como eleitoreiro e sem credibilidade. Artificiais também são as visitas ao interior, agora faltando um ano para as eleições, com helicóptero e comitiva, exagerando o destaque de medidas inócuas. O fato é que é um governo sem marca, onde o resgate de seu repetitivo discurso, por anos, do posto de saúde 24 horas, se transformou em UPAS sem pessoal, sem atendimento, invertendo a memória. Melhor é avaliar bem e impessoalmente as razões e atuar sobre elas. Ainda há tempo. Pouco tempo, mas há. Insistir em responder ao desgaste com ficção, é agravá-lo.

2 Comente aqui:

Airton Peres disse...

o pior é que Cabral acredita que as vaias são fruto de Lindberg. O pior cego é aquele que não quer enxergar os fatos. A verdade é que o governo dele é péssimo, na capital e no interior. Se viajasse menos e fizesse mais pelo estado não teria essa impopularidade toda.

Janaína disse...

Cabral vive em Paris. ele acha que vem fazendo um ótimo governo...hahaha
Em 2010 Garotinho vem aí e teremos um novo tempo no Rio.