Sérgio Cabral ganha prato de comida e sai de calça arriada na questão do pré-sal

Análise do jornalista Eucimar de Oliveira, que trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Extra e O Dia, entre outros, mostra que o governador Sérgio Cabral, como sempre, fez papel de bobo no lançamento do pré-sal por Lula.

No site You Pode, Oliveira mostra que o Rio de Janeiro, ao contrário do que afirma Cabral, saiu perdendo com a decisão de Lula, já que o PMDB, partido do governador, aprovou a decisão do presidente pelo regime de urgência na aprovação do pré-sal no Congresso.

Sobre essa decisão Cabral não fala nada, ao contrário do governador de São Paulo, José Serra, que teve coragem de se mostrar contra essa pressa desnecessária.

Leiam abaixo:

Vitória de Pirro
// Postado por Eucimar de Oliveira

“Mais uma vitória como esta e estou perdido”. A frase é atribuída a Pirro, um general grego, ao receber os parabéns pela vitória na Batalha de Ásculo contra os romanos, mas com um número expressivo de baixas. Daí vem a expresão que se popularizou como Vitória de Pirro, explicando a situação em que alguém pensa ter vencido, mas na verdade é derrotado.

E foi provavelmente na história remota que O Dia desta terça-feira se inspirou para fazer a sua manchete: “Vitória do Rio na guerra do petróleo cria 60 mil vagas”. Já a matéria não traz a informaçã0 mais preciosa para o leitor: o Rio pode ter saído derrotado. Quem ficou bem na foto do jornal foi apenas o governador Sérgio Cabral, que bateu pé durante a semana, foi chamado a Brasília por Lula, ganhou um prato de comida com Serra e Hartung do Espírito Santo, ouviu a promessa de que a mudança na repartição dos royalties não seria enviada ao Congresso em regime de urgência constitucional e horas depois viu esta mesma promessa afundar em águas mais profundas do que as do pré-sal, por iniciativa dos líderes da base aliada, da qual o seu partido, o PMDB, é o mais importante.

O Globo também não expôs Cabral à calça arriada que levou de Lula, mas ao menos fez, e bem, uma análise técnica de como o Estado do Rio está em vias de deixar de ganhar dinheiro, e muito dinheiro, no novo regime de partilha. O jornal fez o óbvio e seus leitores devem estar agradecidos. Na análise, mostra que o novo sistema será uma decisão do Congresso, onde Rio, São Paulo e Espírito Santo não têm bancadas suficientes para impor os seus desejos. Vários parlamentares destes três estados manifestaram essa preocupação.

O Dia não ouviu um deles sequer sobre isso. O Globo vai além: diz que a manobra do Palácio Guanabara deixou os três governadores em situação de fragilidade. E mostra tudo didaticamente com um quadro onde são apontados quem ganha e quem perde com a nova situação. O Extra não entendeu bem o que se passou em Brasília e suas repercussões para a economia do Rio de Janeiro. Nem chamada na capa deu sobre o tema.

O JB preferiu oferecer ênfase ao poder adicional concedido à Petrobras com o novo marco regulatório e também não fez uma interpretação sequer simples de que dificilmente Rio, São Paulo e Espírito Santo não terão sucesso no embate que se avizinha no Congresso.Não há artigos relacionados ainda.

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