“O governador e o prefeito, quando estão por aqui, anunciam providências”.
As aspas acima fazem referência ao colunista Zuenir Ventura, que revela ainda que a “influente revista Visão, de Portugal, acaba de fazer um ‘apelo lancinante” às autoridades brasileiras:
“Salvem com urgência a Cidade Maravilhosa”, escreveram na revista.
Leiam abaixo:
O Rio de quem vem ver
As aspas acima fazem referência ao colunista Zuenir Ventura, que revela ainda que a “influente revista Visão, de Portugal, acaba de fazer um ‘apelo lancinante” às autoridades brasileiras:
“Salvem com urgência a Cidade Maravilhosa”, escreveram na revista.
Leiam abaixo:
O Rio de quem vem ver
Zuenir Ventura
Mais uma reportagem do “El País” detonando o Rio, o que não é nada agradável para a nossa autoestima. Mas nem por isso deve-se permitir que o amor próprio ferido recuse tudo o que o repórter espanhol denuncia, mesmo que ele tenha exagerado nas tintas com que pintou sua incursão no que chama de “cidade de Deus e do Diabo”. Pode-se até alegar que a implacável matéria talvez tenha sido motivada por uma certa dor de cotovelo.
Afinal, Madri não achou muita graça em não ser escolhida para sede das Olimpíadas. Mas, de fato, não há aí inverdades como na semana anterior, quando outro autor do mesmo diário escreveu que na ocupação pacífica do Morro Dona Marta “correu sangue durante dias” (ele nunca deve ter visto tourada). Trata-se agora de longo relato de um enviado especial que entrou “em um inferno de 700 favelas, em um campo de batalhas entre policiais, paramilitares e narcotraficantes, com quase 20 homicídios por dia”. Ele veio para cobrir “a guerra”, e por isso não enxergou mais nada além dela. Às vezes, parece estar falando de Bagdá.
Quando informa que “a Zona Norte é tomada por traficantes” e “a Zona Oeste, conquistada pelas milícias”, ele esquece de advertir que nem todas as regiões do Rio estão conflagradas e nem todo carioca vive em meio ao tiro cruzado. Não adianta reclamar. A sede das Olimpíadas vai estar no foco até 2016.
Em NY, Fortaleza e Campo Grande, Porto Alegre ou Vitória, em todos os lugares onde estive ultimamente, a cobrança é mais ou menos a mesma: como o Rio suporta tanta violência? Por que vocês não fazem nada? A intolerância com o crime é maior de quem está fora do que de quem mora aqui. Não nos escandalizamos nem quando o arcebispo denuncia que os traficantes usam a igreja da Penha para monitorar a polícia. A não ser nas cartas dos leitores, não existe clamor popular.
A indignação por um corpo deixado num carrinho de supermercado não leva mais de 40 pessoas em protesto à orla de Copacabana. “A maioria dos cariocas”, afirma o repórter, “olha para outro lado. Não quer falar da violência.” As autoridades até que falam. O presidente da República promete “limpar a sujeira”. O presidente do STF prega uma “ação articulada do Estado” contra o contrabando de armas e o tráfico de drogas.
O governador e o prefeito, quando estão por aqui, anunciam providências.
A polícia diz que os bandidos estão acuados. Todo mundo parece saber o que fazer. Só não se sabe por que não fazem. Por que governo federal, estadual, municipal, PM, PC, PR, Exército, Marinha, Aeronáutica, Justiça não se juntam para fazer? Enquanto isso, a Terra do Cristo Redentor continuará sendo a cidade do diabo para os jornalistas estrangeiros. A influente revista “Visão”, de Portugal, acaba de fazer um “apelo lancinante” às autoridades brasileiras: “Salvem com urgência a Cidade Maravilhosa’.
Afinal, Madri não achou muita graça em não ser escolhida para sede das Olimpíadas. Mas, de fato, não há aí inverdades como na semana anterior, quando outro autor do mesmo diário escreveu que na ocupação pacífica do Morro Dona Marta “correu sangue durante dias” (ele nunca deve ter visto tourada). Trata-se agora de longo relato de um enviado especial que entrou “em um inferno de 700 favelas, em um campo de batalhas entre policiais, paramilitares e narcotraficantes, com quase 20 homicídios por dia”. Ele veio para cobrir “a guerra”, e por isso não enxergou mais nada além dela. Às vezes, parece estar falando de Bagdá.
Quando informa que “a Zona Norte é tomada por traficantes” e “a Zona Oeste, conquistada pelas milícias”, ele esquece de advertir que nem todas as regiões do Rio estão conflagradas e nem todo carioca vive em meio ao tiro cruzado. Não adianta reclamar. A sede das Olimpíadas vai estar no foco até 2016.
Em NY, Fortaleza e Campo Grande, Porto Alegre ou Vitória, em todos os lugares onde estive ultimamente, a cobrança é mais ou menos a mesma: como o Rio suporta tanta violência? Por que vocês não fazem nada? A intolerância com o crime é maior de quem está fora do que de quem mora aqui. Não nos escandalizamos nem quando o arcebispo denuncia que os traficantes usam a igreja da Penha para monitorar a polícia. A não ser nas cartas dos leitores, não existe clamor popular.
A indignação por um corpo deixado num carrinho de supermercado não leva mais de 40 pessoas em protesto à orla de Copacabana. “A maioria dos cariocas”, afirma o repórter, “olha para outro lado. Não quer falar da violência.” As autoridades até que falam. O presidente da República promete “limpar a sujeira”. O presidente do STF prega uma “ação articulada do Estado” contra o contrabando de armas e o tráfico de drogas.
O governador e o prefeito, quando estão por aqui, anunciam providências.
A polícia diz que os bandidos estão acuados. Todo mundo parece saber o que fazer. Só não se sabe por que não fazem. Por que governo federal, estadual, municipal, PM, PC, PR, Exército, Marinha, Aeronáutica, Justiça não se juntam para fazer? Enquanto isso, a Terra do Cristo Redentor continuará sendo a cidade do diabo para os jornalistas estrangeiros. A influente revista “Visão”, de Portugal, acaba de fazer um “apelo lancinante” às autoridades brasileiras: “Salvem com urgência a Cidade Maravilhosa’.
2 Comente aqui:
Temos que salvar a cidade, mas também sua população, que anda cada dia mais aterrorizada com tudo o que de ruim acontece no Rio
Como o Lula, o Cabral e o Paes não páram de viajar talvez dando um pulinho em Portugal, numa das próximas viagens, leiam a revista e atendam a solicitação
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