Para quem quer ver os fogos, mas isolar-se da multidão estimada em 2 milhões de pessoas na festa de Ano Novo na praia de Copacabana (Zona Sul), há uma alternativa: por R$ 400 é possível reservar uma cadeira em um espaço fechado entre parte do calçadão e da faixa de areia. Quem não se incomodar em ficar de pé na “área vip”, pode desembolsar R$ 350. A oferta é anunciada livremente por três quiosques patrocinados pelo Chopp Brahma, localizados em frente à Rua Djalma Ulrich, entre Santa Clara e Constante Ramos, e no trecho que vai da Siqueira Campos à Figueiredo Magalhães. Gostou do programa? A prefeitura afirma que é melhor ter calma antes de comprar os ingressos. Nesta quarta-feira, fiscais da Secretaria de Ordem Pública (Seop) vão aos quiosques fiscalizar se o negócio é legal.
Nesta terça-feira, a secretaria não soube informar se a incorporação de aproximadamente 10 metros da faixa de areia, além de parte da calçada, fere o Código de Posturas do Município. Por se tratar de espaço público, os profissionais da pasta suspeitam de irregularidade. A equipe do prefeito Eduardo Paes é mais enfática: orienta os interessados a não fecharem o negócio sob “o risco de perder dinheiro”. Procurada, a Orla Rio, empresa que intermedia a relação entre os administradores de quiosques e a prefeitura – e arrecada 10% de todo o faturamento mensal dos estabelecimentos – não comentou o polêmico pacote de fim de ano.
Enquanto isso, os donos da festa privada nas calçadas e areias de Copacabana comemoram. O primeiro lote de ingressos já foi vendido. Em apenas um quiosque, apareceram 32 interessados que, juntos, desembolsaram R$ 12.800.
– Cobramos mais barato no ano passado porque colocamos mais lugares à venda. Agora, reduzimos o número de mesas para todos se sentirem bem à vontade. Queremos vender o terceiro lote quando só sobrarem dez mesas – explica Alex Carvalho, dono dos três Quiosques Chopp Brahma.
Cada estabelecimento oferece 128 lugares sentados e 82 em pé, em um total de 210 convidados – todos protegidos por 15 seguranças. Os pagantes terão direito a ceia do restaurante Fazendola, que servirá tender com fios de ovos, lombinho com damascos e cereja, além de penne ao molho de bacalhau flambado. Os espaços ao ar livre serão cobertos para proteger os clientes de possível chuva, e os banheiros terão uso privativo. Um luxo.
Além de anúncios da programação no mobiliário público da praia (que fere o Artigo 463 da Lei Orgânica Municipal), os empresários montaram até um site (www.receillonchoppbrahma.com.br) onde é possível escolher o seu lugar sob a lona na queima de fogos de Copacabana.
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Era o que faltava, agora não falta mais nada em relação à privatização do Cabralzinho
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