Cabral passa cinco meses do seu mandato em viagens ao exterior

Como sempre, lendo os jornais de São Paulo tomamos conhecimento do que se passa no Rio de Janeiro.

Coube a Folha de SP dessa segunda-feira (18) contabilizar o número de viagens ao exterior de Sérgio Cabral.

É inacreditável: o preguiçoso governador (?) passou exatos cinco meses fora do país desde que assumiu.

Nem o maior viajante brasileiro – presidente honorífico da FIFA, João Havelange – deve chegar perto de tamanha excursão ao exterior.

Esse blog acredita que esse número de viagens pode ser ainda muito maior porque, secretamente, como no fim de semana retrasado, Cabral deu uma esticada na Disney e não contou para ninguém.

Leiam abaixo:

Cabral ficou 5 meses do mandato no exterior

Média de dias do governador fora do Brasil supera a do ex-presidente FHC; gastos com viagens passam de R$ 4,5 mi

Para governo, idas ao exterior promoveram novos negócios para o Estado; política de intervenções em favelas veio "importada" da Colômbia


RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), passou 158 dias de seu mandato no exterior. Isso corresponde a mais de cinco meses e a 15% dos três anos que está à frente do Estado.

Em 2007, ao assumir o cargo, o governador atingiu o seu recorde, 61 dias -mais tempo fora do Brasil que o próprio presidente da República e aliado, Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos dois anos seguintes, Cabral reduziu o ritmo e esteve menos presente no estrangeiro, porém sempre passou, na soma, mais de um mês e meio fora do país. Em 2008, foram 48 dias; no ano passado, 49.

A média do governador entre 2007 e 2009 é de 53 dias fora do país por ano, apenas seis dias inferior à de Lula, o presidente na história do Brasil que mais tempo passou no exterior. Lula esteve em viagens internacionais 412 dias de seus sete anos, em dois mandatos.

O governador, porém, supera com folga o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que viajou 347 dias de seus oito anos de gestão -43 dias por ano fora do Brasil. À época, FHC sofreu muitas criticas por esse motivo.

Em evento no Palácio Guanabara na semana passada, Cabral admitiu que viaja bastante, mas reafirmou que suas idas ao exterior são positivas para o Estado e que ele não deixará de fazê-las, em benefício do Rio.

"Viajo muito e vou continuar a viajar. Cada viagem é uma Copa [do Mundo], uma Olimpíada, é um projeto que a gente traz. A gente trabalha muito quando viaja", argumentou.

Mais Europa
Em suas andanças pelo mundo, Cabral conheceu países de ao menos três continentes, embora a predominância seja na Europa. Nas Américas, passou por Colômbia, Argentina e Estados Unidos; na Europa, visitou Inglaterra, França, Dinamarca, Portugal, Itália, Suíça, Alemanha, Grécia, Dinamarca e Turquia; na Ásia, visitou China, Cingapura, Japão e Coreia do Sul.

Nos primeiros nove meses de 2007, o chefe do Executivo fluminense ainda tirou duas férias de uma semana cada, para passeios internacionais particulares -foi a Saint Barth (ilha no Caribe) e a Paris.

Como símbolo da importância que Cabral dá às gestões no exterior, ele elevou o status da Coordenadoria de Assuntos Internacionais, que virou a Subsecretaria de Relações Internacionais, passando a integrar a Casa Civil.

A subsecretaria é dirigida pelo diplomata Ernesto Rubarth, do Itamaraty, que acompanha o governador no exterior.

Só em 2009, a gestão Sérgio Cabral gastou com diárias fora do país quase tanto quanto a antecessora Rosinha Matheus em todo o seu mandato (2003-2006).

As despesas do Estado com o pagamento de subsídios (hospedagem e alimentação) no estrangeiro para governador, secretários, funcionários e assessores somou quase R$ 4,5 milhões nos últimos três anos -R$ 2,3 milhões no ano passado, R$ 1,5 milhão em 2008 e mais R$ 735 mil em 2007 (valor corrigido).

O montante de gastos, no entanto, não inclui despesas com passagens aéreas.

Benefícios
De acordo com a assessoria do Estado, as viagens internacionais do governador e de outros membros do governo resultaram em inúmeros benefícios para o Rio. A principal conquista apontada como fruto dessas missões é ter o Rio como sede da Olimpíada de 2016.

A ida à Colômbia é citada como inspiração para a política de intervenções em favelas, com uso de teleférico, além de intercâmbio na área de segurança.

A assessoria destacou ainda que o Rio voltou a ser cortejado por grandes empresas. Citou o investimento de US$ 800 milhões feito pela Michelin para ampliação de fábrica de pneus, onde 20 mil novos postos de trabalho estão sendo criados.

Para o governo, até a possível vinda do trem-bala está relacionada às viagens de Cabral.

1 Comente aqui:

Fagundes disse...

Eu defendo mais uma viagem do Cabral ao exterior, mas sem tiquet de volta