Garotinho e Dilma Rousseff estão cada vez mais próximos, segundo se depreende lendo os jornais desta sexta-feira, que relatam o encontro reservado entre o presidente do PR-RJ e a candidata à sucessão de Lula.
O que os jornais não mostram é que este entendimento é corriqueiro. Os dois se falam com muito mais freqüência do que é divulgado até porque são amigos desde a época que militavam no PDT.
Se Cabral fica irritado com isso...
Mais irritado o governador deveria ficar com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, que disse o seguinte:
“Lula tem uma relação intensa com Cabral, mas isso não significa que não é possível estabelecer outras relações (...). Uma coisa é a (eleição) estadual e outra coisa é a presidencial”.
Traduzindo o politiquês: Lula quer distância de Cabral, que não para de cair nas pesquisas e a cada dia ganha mais antipatia junto à população.
Com Cabral desde Garotinho
No mesmo dia em que participou, com o presidente Lula, de inaugurações ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Rio, a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, teve um encontro reservado com o ex-governador Anthony Garotinho (PR), num apartamento em Copacabana.
A reunião, no último dia 25, foi um pedido de Garotinho, que já foi um crítico feroz de Lula mas que negocia o apoio de seu governo. Ambos são pré-candidatos ao Palácio Guanabara e querem ter a petista no palanque nas eleições de outubro, já que seus partidos fazem parte da base do governo Lula. Cabral teria ficado irritado com o encontro, o que seus assessores negam.
Dilma, que estava acompanhada do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, ouviu pedidos de reaproximação do ex-governador. Segundo um dos que participaram do encontro, Garotinho cobrou sinais de que ele e o governo "fazem parte do mesmo time", já que as atenções do Planalto estão voltadas para Cabral, seu adversário político.
Como resposta, segundo participantes do encontro, a ministra disse que Garotinho estava certo ao lembrar de sua aliança com o governo Lula, mas ressaltou que seguirá a orientação do presidente. O convite aceito pela ministra, no entanto, foi visto como um bom sinal por aliados de Garotinho.
A reunião durou cerca de uma hora, e Dilma interrompeu a conversa para atender a um telefonema da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, ex-governadora e mulher de Garotinho. A ministra e o ex-governador também conversaram sobre casos da época em que militaram no PDT.
Garotinho apresentou pesquisas eleitorais mostrando supostas dificuldades que Cabral teria na campanha. Para um interlocutor da ministra, os pedidos não foram vistos como chantagem política. O ex-governador tem votos principalmente no interior do estado e, segundo pesquisas, estaria com mais de 20% dos votos.
- O encontro foi reservado. Não estou autorizado a falar - limitou-se a dizer Garotinho ontem.
Picciani se reúne com ex-governador
Na tentativa de neutralizar a aproximação entre Dilma e o ex-governador, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), um dos principais articuladores de Cabral, se encontrou nesta quinta com Garotinho.
Apesar de não admitir a intenção de fazer com que ele desista de disputar a sucessão, Picciani disse que "as coisas vão se convergindo" e que "tudo acontecerá no tempo certo":
- Não podemos descartar nenhuma possibilidade. Temos que conversar. Quanto maior o número de aliados, melhor. Quanto menor o número de adversários, melhor também.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse que a proximidade de Lula com Cabral não impede um encontro de Dilma e Garotinho:
- Lula tem uma relação intensa com Cabral, mas isso não significa que não é possível estabelecer outras relações para a campanha presidencial. Uma coisa é a (eleição) estadual e outra coisa é a presidencial.
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, negou que o governador tenha ficado enfurecido:
- Ele não está nem aí, não passou recibo. A eleição hoje só interessa para quem está fora (do governo).
Já o líder do governo na Alerj, Paulo Melo (PMDB), minimizou o reunião entre Garotinho e Dilma.
- Quem é candidata à Presidência é ela (Dilma). Então, quem sabe o lado ou os lados nos quais vai ficar é somente ela. Mas um coisa é importante dizer: o candidato do presidente Lula no Rio é o governador Sérgio Cabral - disse ele.
3 Comente aqui:
Cabral deve estar se roendo a uma hora dessas!!!...hahahaha
é mesmo. o que será que Cabral está pensando sobre o encontro de Dilma e Garotinho? E os dois são próximos há muito tempo, desde o PDT
O Lula não é bobo e vai deixar o Cabral falando sozinho
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