Mais um cineasta é agredido pela PM em morro ocupado por UPP

Mais um cineasta reclama da truculência da PM em favelas ocupadas por uma UPP. A revelação está no blog You Pode, que comenta mais essa violência contra um cidadão.

Para piorar, o agredido tinha feito, para a PM, uma cartilha de como tratar os moradores para serem bem recebidos.

PMs da Unidades Pacificadoras do Rio parecem ter criado novo bloco: “Me Bate que Sou Cineasta”./


Há no Rio de Janeiro um bloco que faz muito sucesso no carnaval e atende pelo sugestivo nome de “Me Beija, que Sou Cineasta”. Costuma desfilar na Gávea. Mas parece que os PMs da unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, criaram um outro: “Me Bate, que Sou Cineasta”.

Por que? Há poucos dias, antes de viajar a Cannes para a apresentação de “5 Vezes Favela”, o
cineasta Rodrigo Felha, morador da Cidade de Deus foi deixado de cuecas por um PM que cismou de revistá-lo.

No último fim de semana, no Morro Dona Marta, o primeiro a ser ocupado pela polícia, a coisa subiu de tom. O rapper e també cineasta Cláudio Nascimento dos Santos, o Mc Fiel, 30 anos, diz ter sido agredido por vários soldados. Aliás, 12 ao todo.

Cláudio participava de uma festa na comunidade e que poderia ir até duas horas da madrugada. Cinco minutos antes do prazo se encerrar, os policiais entraram no local, desligaram tudo, o agrediram o levaram preso sob a alegação de desacato. “Tentei argumentar, mas fui agredido e arrastado. Levei tapas na cara, socos e pontapés”.

O mais contraditório é que Cláudio é autor de uma cartilha que ensina os PMs a fazerem as abordagens nas favelas ocupadas.

‘Não permitiram que eu pegasse meus documentos. Minha esposa acabou sendo autuada na delegacia também por desacato. Virou perseguição, a gente não tem mais sossego aqui. Os policiais falavam: cadê a cartilha para garantir alguma coisa para você”.

A festa promovida pelo rapper não é de pagode e aconteceu há 15 anos no bar de seu sogro. As ameaças dos PMs, segundo o agrecido, começaram às 21 horas.

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