A suspeita de superfaturamento na secretaria de Saúde do Estado (alvo de investigação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal) tem novos ingredientes que indicam fortes possibilidades de irregularidades administrativas.
O que está sendo apurado é o contrato entre a Secretaria de Saúde e a empresa Toesa para a manutenção de 111 carros de combate à dengue no estado, serviço que conta com recursos estaduais e federais. O valor é bem maior do que o de todos os automóveis juntos.
A Toesa recebia, até março, 415 mil mensais por isso, num contato de quase cinco milhões anuais, mais do que o dobro do que o governo federal paga pelo mesmo serviço. Quem denunciou o suposto superfaturamento foi o tenente-coronel bombeiro José Carlos Cunha, que agora teme ter sua imagem divulgada em fotos ou vídeos da TV porque se diz ameaçado de morte.
Em 2009, a Secretaria de Saúde decidiu terceirizar sua frota (o mesmo acontece com a Secretaria de Segurança). Mas em maio de 2008, a empresa Troikar apresentou uma proposta de manutenção no valor de 1,3 milhão, um terço do que Sérgio Cortês pagou à Toesa. Meses depois, a Troikar, diante da então relutância da Secretaria de Saúde, que achou o valor alto, baixou seu recebimento para 870 mil, quase cinco vezes menos do que a Toesa. Apesar da redução, a Troikar não ganhou o contrato.
A Secretaria de Saúde decidiu, depois, fazer uma nova licitação e a Troikar voltou a concorrer, mas foi derrotada pela Toesa, que levou os cinco milhões do Estado. O preço foi considerado justo pelos técnicos de Sérgio Cortês que antes consideraram 1,3 milhão valor exorbitante.
Curiosamente, a Toesa deveria cuidar de tudo, mas três meses depois, a Secretaria de Saúde fez uma nova licitação, com o objetivo de buscar uma empresa que cuidasse da troca de pneus e alinhamento na direção destes automóveis, o que deveria ser função da Toesa, como dizia o póprio edital de licitação. Desta vez, a Troikar levou o contrato de um ano, por pouco mais de 514 mil reais.
Em janeiro passado, a Troikar enviou uma carta à Secretaria de Saúde propondo assumir a manutenção dos 111 veículos integralmente, ao valor de 45 mil mesais, contra os 415 mil mensais da Toesa. A carta não foi respondida e o contrato de 514 mil da Troikar apenas para alinhamento e balanceamento acabou suspenso.
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já era esperado que o maior corrupto fique do lado deles
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