Alguma coisa muito estranha une o governador Sérgio Cabral ao secretário de segurança, José Maria Beltrame.
Só isso explica a defesa apaixonada de Cabral em relação ao deboche de Beltrame, que teve a cara de pau de afirmar que o Rio é seguro.
Em vez de demitir – o que já devia ter feito há muito tempo – ele socorre o secretário dizendo que é o melhor da história do Rio. Não é. É o pior. Basta conferir os números da violência na reportagem abaixo feita pelo site G1.
Ele não tem o apoio da população. Cabral não sabe disso ou finge não saber porque não vai às ruas.
É, de fato, uma ligação para lá de estranha desses dois.
Leiam abaixo:
Cabral diz que Beltrame tem autonomia e apoio da população
O governador Sérgio Cabral defendeu, nesta sexta-feira, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, criticado por suas declarações de que o "o Rio de Janeiro não é violento" e que "algumas áreas teriam índices de crimes europeus". Para Cabral, o secretário tem autonomia e apoio da população.
- O Beltrame tem estratégia, tem autonomia para administrar a Secretaria de Segurança, fato esse que nunca aconteceu na história do Rio e Janeiro. É evidente que os resultados não são de curto prazo, os resultados são de médio e longo prazo. Mas o secretário Beltrame, sem dúvida, tem o apoio da população do Rio no trabalho que vem realizando - disse Cabral.
A declaração de Beltrame foi feita nesta quinta-feira, em Brasília, durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. A afirmação foi criticada por alguns estudiosos da área de segurança.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro de 2007 a setembro deste ano, 20.255 pessoas foram mortas: 16.310 casos homicídios dolosos (quando há intenção de matar), 3.272 vítimas de confrontos com a polícia (auto de resistência), 589 latrocínios (roubo seguido de morte) e 84 policiais atingidos em ação.
O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), chegou a comparar alguns números de criminalidades dos institutos de referência para tentar encontrar os “índices europeus”.
“Não é verdade que o Rio não seja violento. Todos os índices mostram o contrário. E o número de homicídio aqui já é o triplo de São Paulo”, ressalta Tadeu.
Segundo ele, o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Candido Mendes, fez a comparação em 2005 que revelou a disparidade na comparação das ocorrências de criminalidade da capital carioca com cidades européias.
De acordo com os dados, Paris apresentava 1, 6 homicídio doloso para cada grupo de 100.000 habitantes; Londres, 2,4; Amsterdã, 4,5; e Rio, 39,5, usando o mesmo parâmetro comparativo.
1.636 homicídios de janeiro a setembro
Para Geraldo Tadeu, as áreas com menores índices de violência estão localizadas nos bairros de Copacabana, Gávea, Jardim Botânico, Laranjeiras e Urca.
Ele lembra que, de acordo com o Instituto de Segurança Pública, o Rio acumulou 1.636 homicídios dolosos de janeiro a setembro de 2009. Ou seja, 125 casos a mais do que o ano passado.
O sociólogo Ignácio Cano, professor e membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, também discordou do secretário Beltrame.
“Acho que ele está tendo uma visão hiperotimista. Nossos índices são muito elevados. A América Latina é a região mais violenta do mundo. O Brasil está em quarto lugar. O Rio e o estado estão entre os primeiros no país. A violência não é mesmo homogênena, mas a média é muito alta. O fato de a violência ser distribuída em núcleos não é um dado positivo”, contesta o pesquisador.
Algo muito estranho liga Sérgio Cabral ao secretário de segurança pública
Marcadores: bandidos, Cabral, Câmara Municipal do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, violenciaPostado por Amigos do Governador Garotinho às 15:23
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