Cirurgião do maior pronto socorro do Rio cria 'manual do baleado'
Diante de muitos atendimentos - a ponto de perder a conta - de pessoas baleadas na Emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, o médico Antônio Carlos Seixas, cirurgião torácico, decidiu elaborar uma publicação inusitada. Criou o “Manual do Baleado”, com recomendações de como as pessoas devem se comportar diante de um assalto ou quando for ferido.
“Se ouvir uma voz se aproximando dizendo ‘perdeu, perdeu!’, acalme-se, não reaja. Você está sendo assaltado”, afirma o médico em uma das dicas do manual. “Não agarre, nem atrapalhe bandidos em fuga”, é outra recomendação.
Trabalhando no Hospital Souza Aguiar há 32 anos, unidade que é considerada a maior emergência da América Latina e um dos principais hospitais gerais públicos do país, o médico, que foi assaltado há pouco mais de um ano, diz que as pessoas que vivem em uma cidade violenta precisa saber como agir ao ser assaltado.
“É preciso saber o que fazer e o que não se deve fazer. E descobri que não existe nenhuma literatura de alerta às pessoas. Nem a polícia possui nada parecido”, acrescenta.
Algumas dicas de comportamento chegam a ser óbvias, mas ele acha que precisam ser reforçadas. Coisas como: “Não ande à noite por ruas desertas e escuras; assim que ouvir tiros por perto não vá ver o que aconteceu.”
Alguns conselhos do Dr. Seixas
- Se ouvir uma voz se aproximando dizendo perdeu! perdeu!, acalme-se; não reaja; você está sendo assaltado;
- Não reaja a assaltos à mão armada, mesmo ao volante;
- Não agarre, nem atrapalhe bandidos em fuga;
- Dirigindo veículos, não discuta; não reclma e não responda às provocações; mesmo com toda razão!
Caso seja baleado, o médico recomenda
- Não se apavore, só corra se for para não ser mais atingido;
- Peça ajuda à amiga mais próxima dizendo: "Socorro! Fui baleado!"
- Se sangrar pela ferida, comprima o local com a mão ou com pedações limpos da própria roupa;
- Se sair ar pela ferida, não a tampe;
- Evite ao máximo falar, gritar, gemer, chorar, correr, gesticular ou andar à toa, pois poderá agravar, em muito, o seu estado;
- Aguarde de preferência deitado sem beber e comer nada. Só conte o acontecido se realmente (for) preciso.
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É o fim do mundo
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