A capacidade do ser humano de atingir cada vez mais a degradação parece, infelizmente, não ter limites.
É o que se constata lendo abaixo a reportagem do jornal O Dia, na qual se fica sabendo – horror dos horrores – que, para evitar rebeliões, agentes públicos distribuem crack – a mais terrível das drogas – a menores que deveriam receber tratamento contra o vício.
Isso ocorre nas celas do Departamento Geral de Ações socioeducativas.
A ‘terapia’ do crack
Menores relatam que, para evitar rebeliões, agentes distribuem pedras da droga em unidades do Degase
POR MAHOMED SAIGG
Rio - A dependência do crack — droga que causa a maior parte das internações de menores infratores no Rio — pode estar sendo alimentada justamente onde deveria ser tratada: nas celas do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). As pedras da ‘droga da morte’, segundo relatos dos próprios internos, não circulam ali às escondidas, tampouco são vendidas aos adolescentes. Elas foram a ‘receita’ encontrada por grupo de agentes para acalmar os ânimos dos internos durante as frequentes crises de abstinência.
De acordo com o depoimento do adolescente M., 17 anos, ouvido por O DIA no Educandário Santo Expedito, em Bangu, a droga é distribuída pelos servidores rotineiramente. “Os funcionários sabem que somos viciados, e que se a gente ficar muito tempo sem crack vai arrumar tumulto na cadeia (sic). Todo mundo fica muito nervoso quando dá vontade de fumar e não tem (crack). Por isso eles dão umas pedras pra gente se acalmar”, revelou o garoto, que há três anos é dependente da droga.
O deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, que também ouviu o depoimento de M., vai cobrar explicações da direção do Degase e da Secretaria Estadual de Educação. “Vamos exigir que identifiquem e afastem os agentes que estão distribuindo drogas. Isso leva os garotos para um caminho sem volta”, alertou.
O defensor público Carlos Benati também quer mudanças. “Nenhum projeto de ressocialização pode conviver com a tortura e a distribuição de drogas”, frisou.
Procurada pela reportagem do DIA, a direção do Degase informou que “alguns adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação podem receber, cumulativamente, a medida protetiva de tratamento ao uso de drogas”, e que todas as unidades do Degase possuem núcleos de saúde mental, com assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras capacitados para atendimento especializado.
‘ACORDO’ COM INTERNOS
“Os funcionários que não sabem do esquema pensam que é a nossa família que traz as pedras. Eles nem imaginam que são os próprios colegas deles que fortalecem a gente. É como se fosse um acordo que a gente fechou: eles conseguem crack pra gente e ninguém tumultua a cadeia”, explicou outro menor, que experimentou o crack e se viciou dentro do Educandário Santo Expedito.
Mais em:
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2009/12/a_terapia_do_crack_54750.html
Horror dos horrores: agentes públicos drogam menores presos para evitar rebeliões
Marcadores: crack, Drogas, infratores, menores, secretaria de educaçãoPostado por Amigos do Governador Garotinho às 12:10
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QUE HORROR!!!!
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