Para o (des) governador Sérgio Cabral e o secretário de (in) Segurança, José Mariano Beltrame, o Rio de Janeiro vive “tempos de paz” e harmonia e não é um lugar violento. Pois bem, contrariando o mundo de fantasia em que vive o fora-de-órbita Cabral, reportagem de O Globo de domingo mostra que a violência é a inimiga número um da educação no Rio.
Segundo dados da prefeitura, 100.267 alunos da rede municipal foram impedidos de frequentar a escola ou a creche por pelo menos um dia letivo por causa de tiroteios entre quadrilhas rivais ou envolvendo a polícia. O número corresponde a 13,6% do total de matriculados (735.996).
A violência afeta de forma ainda mais dura as creches: das 30.337 crianças de até 3 anos de idade matriculadas na rede municipal, 7.908 (26%) foram impedidas de frequentar esses espaços por pelo menos um dia por causa de confrontos.
O início deste ano letivo precisou ser adiado em dez escolas de Senador Camará, na Zona Oeste, e no entorno devido a uma megaoperação da polícia no dia 4 de fevereiro. Além dos 6.354 alunos de colégios que ficaram sem aulas, quatro creches foram fechadas por causa dos tiroteios. No Ciep Olof Palme, em Senador Camará, o calendário escolar começou em 5 de fevereiro. Lá, onde estudam 511 crianças, foram elas que ensinaram aos professores a se proteger dos tiros.
A diretora-geral do Ciep, Ângela Ferreira, explica que o colégio fica numa área vulnerável, rodeada pelas favelas da Coreia, Nova Aliança, Minha Deusa e Mangueiral, onde foi encontrada, em 2005, uma réplica de uma espada medieval. A região onde fica a escola tornou- se mais conhecida em 2007, depois da divulgação, em telejornais de imagens da morte de dois traficantes por policiais civis num helicóptero. Ao ouvir o primeiro tiro, a direção do Ciep tranca os portões.
Também na Zona Oeste, a Escola Municipal Haydéa Vianna Fiuza de Castro, na Favela do Aço, em Paciência, tem fama de nunca fechar as portas, apesar dos tiroteios quase diários.
E aí, Cabral, o Rio é essa tranquilidade toda?
Vergonhoso!
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