Este blog não tem nada contra as escolas de samba e os blocos carnavalescos. Pelo contrário. Afinal, o samba faz parte da cultura brasileira e está enraizado no lazer e na vida da população brasileira.
Mas o que este blog não entende é a absurda ideia do prefeito-factóide Eduardo Paes de querer injetar dinheiro público – o nosso dinheiro – nas reformas das quadras das escolas de samba.
É bom lembrar ao prefeito que há muito o que fazer pela cidade do Rio de Janeiro. Basta um passeio pelas ruas da cidade para presenciarmos todas as carências: má iluminação de espaços públicos, buracos em quase 100% das ruas e avenidas, bueiros entupidos que causam enchentes em razão das fortes chuvas de verão que caem todo final de tarde e que atrapalham a vida da população, má conservação das escolas públicas, postos de saúde, melhoria da limpeza urbana, manutenção de praças e monumentos etc, etc, etc...
Leia abaixo a reportagem do jornal O Globo
Paes vai reformar quadras de escolas de samba em troca do uso do espaço
Após duas tentativas infrutíferas de licitar a organização do carnaval do Rio - há quase 20 anos feita pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) - a prefeitura decidiu estreitar as relações com as agremiações. Às vésperas da folia, Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano e Portela, além do tradicional bloco Cacique de Ramos, se preparam para ganhar um banho de loja com recursos públicos. Os quatro terão as quadras reformadas em uma parceria nas quais as agremiações se comprometem a ceder espaço e horários ociosos para projetos das secretarias municipais de Educação e Cultura.
- Trata-se de uma parceria e não de oferecer subsídios públicos a fundo perdido. Nós recuperamos os espaços e eles oferecem as áreas para projetos da prefeitura. Cada escola atendida tem uma necessidade específica de reformas que avaliamos - explicou o subsecretário municipal de Obras, Alexandre Pinto.
Imperatriz terá camarotes e quadra poliesportiva
Segundo o subsecretário, a Caprichosos de Pilares, que está no Grupo de Acesso A, também procurou a prefeitura para reformar a quadra, mas ainda não há nada fechado. No caso da Imperatriz Leopoldinense, presidida pelo banqueiro de bicho Luiz Pacheco Drummond, a licitação já foi concluída e a reforma custará R$ 1,2 milhão. O projeto prevê a construção de camarotes (hoje inexistentes), de novos espaços para a bateria e o bar e de uma quadra poliesportiva, entre outras melhorias.
O vice-presidente de Finanças da Imperatriz, Wagner Araújo, argumenta que a quadra é a única opção de lazer dos moradores de comunidades carentes da Leopoldina, como o Complexo do Alemão. Segundo ele, desde que foi construída, há mais de 35 anos, a quadra nunca passou por uma reforma estrutural:
- Escola de samba não tem fins lucrativos. O que a gente arrecada investe nos desfiles - garantiu ele.
A recuperação da quadra da Império Serrano, que também está no Grupo de Acesso A, sairá também por R$ 1,2 milhão. O presidente da escola, Humberto Soares Carneiro, detalha as obras que considera prioritárias:
- Precisamos de reformas nas redes hidráulica e elétrica e na cozinha industrial. A escola não tem verba para arcar com a reforma, pois os recursos são para o desfile.
Liesa defende a parceria das escolas com a prefeitura
A Rio-Urbe ainda não concluiu o orçamento na Portela, escola do coração do prefeito Eduardo Paes. O presidente da agremiação, Nilo Figueiredo, disse que a escola ainda não foi informada oficialmente sobre as obras, mas ressaltou que elas serão bem-vindas:
- Você acha que Mangueira e Salgueiro conseguem ter quadras mais confortáveis porque bancaram isso? Elas tiveram a ajuda de alguém. A Portela precisa de obras. Afinal, parte da quadra foi adaptada de uma garagem de caminhões.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, defende a parceria com a prefeitura, já que as escolas têm, segundo ele, custos elevados para se manter.
Sobre a licitação da organização do carnaval, promessa de campanha de Paes, a Riotur disse que vai fazer nova licitação após o carnaval. Já houve duas tentativas fracassadas.
1 Comente aqui:
Acho que as escolas de samba merecem um certo tipo de apoio, pelo trabalho cultural e social, mas não esse de empregar dinheiro público em reforma de quadras. Isso eu acho um absurdo.
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