O influente jornalista Dacio Malta continua repercutindo em seu blog Alguém me disse, publicado no site YouPode, a história estarrecedora da primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo, cujo escritório de advocacia o qual é sócia defende os interesses do Metrô.
Para quem não se lembra, o Metrô Rio teve prorrogada sua concessão por mais 20 anos, 11 anos antes que terminasse o prazo para que houvesse nova licitação.
Além de ser tema de três reportagens do Estadão, Adriana Ancelmo foi citada nesta quarta-feira (27) em outra reportagem, desta vez em O Globo, a respeito de novo escândalo.
No primeiro ano do governo do marido, o escritório de advocacia de Adriana cresceu quase 2.000%. Das 506 causas que o escritório contabilizava, eles pularam para 9.800.
O jornalista sugere em sua coluna que Cabral – que como sempre está com a agenda vazia – poderia aproveitar mais um dia de folga para ajudar a mulher a responder a algumas das indagações que, mais cedo ou mais tarde, ela terá de responder.
Leia abaixo:
Doutora Adriana precisa falar
27 de janeiro de 2010 por Dacio Malta
O governador Sergio Cabral está hoje sem agenda. Provavelmente viajou. Ou então está cuidando da defesa de sua esposa, a primeira-dama do Estado, a doutora Adriana Ancelmo, que nessa semana tem sido insistentemente citada em reportagens de jornais que a deixam, no mínimo, em situação pouco confortável.
Primeiro foram três matérias no ‘Estadão’ – a primeira revelava que seu escritório defendia os interesses do Metrô – empresa que, no governo Sergio Cabral, viu prorrogada sua concessão por mais 20 anos, 11 anos antes que terminasse o prazo para que houvesse nova licitação.
Na edição de hoje de ‘O Globo’, nova revelação, quase um escândalo: no primeiro ano do governo do marido, o escritório da doutora Adriana cresceu quase 2.000%. Das 506 causas que o escritório contabilizava, eles pularam para 9.800. Um dos sócios, diz que deve ter havido erro de digitação. Mas se eles cresceram de 5.600 para 9.800, também é um feito e tanto. É mesmo de assombrar.
Antes de Cabral assumir o governo, o escritório era tocado pelos três sócios. No primeiro ano de governo, eles contrataram mais 23 advogados e, em 2008, abrigavam 30 associados, segundo informa ‘O Globo’.
Alguns aspectos justificam uma explicação pormenorizada. Por isso, Sergio ‘Wally’ Cabral poderia aproveitar o dia de folga, para ajudar a doutora a responder a algumas das indagações que, mais cedo ou mais tarde, ela terá de responder:
1 – Tudo leva a crer que a doutora seja uma sócia ausente. O governador viaja muito – isso é fato notório - e ela está sempre ao seu lado, o que é perfeitamente normal. Mas isso quer dizer que o avanço do escritório deve-se ao trabalho realizado pelos sócios e não por ela? Qual a função da doutora? Ela funcionaria apenas como um chamariz para o escritório?
2 – Quando eles sublocavam uma sala acanhada, no coração do Saara, que tipo de causas defendiam? Como, por que e em que época eles mudaram o perfil do escritório? Em que data trocaram a salinha do Saara por um andar inteiro na Avenida Rio Branco esquina com a rua Sete de Setembro? Quantos advogados trabalham hoje nesse escritório?
3 – Um dos sócios da doutora é seu ex-marido. Sabe-se que a Receita Federal trabalha sempre com indícios aparentes de riqueza. Onde residia o ex-marido em 2006 e onde ele mora hoje?
4 – Tudo o que foi publicado e o que se procura saber, pode ser apenas um imenso mal entendido. Mas é preciso que a doutora Adriana Ancelmo tome a iniciativa de convocar uma entrevista coletiva, para dar explicações a opinião pública. O governador e sua esposa continuam morando no mesmo apartamento do Leblon, onde residiam antes da sua eleição. Dizem as más línguas, que o apartamento está em nome da doutora. Se isso fôr verdade, a história de que ela só passou a ganhar muito dinheiro depois da posse do marido não passa de uma lorota. Afinal, quando eles se mudaram para o Leblon, a doutora ainda trabalhava na salinha do Saara.
5 – Em política, histórias de sucesso sempre são suspeitas e, na maioria das vezes, condenadas. Exemplo recente é a do deputado Edmar Moreira, que viu-se obrigado a renunciar a corregedoria da Câmara, depois que descobriram que ele havia construído um castelo de 7 mil metros quadrados, 8 torres, 36 suítes, 18 salas, piscinas, cascatas, fontes, espelhos d’água e 275 janelas, no interior de Minas. É possível, embora seja pouco provável, que a doutora Adriana Ancelmo tenha argumentos convincentes que expliquem como pôde crescer 2.000% em um ano. Se conseguir a façanha, é justo que ela revele a receita para que jovens advogados, como ela, também possam descobrir o caminho das pedras.
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é bom que fale mesmo. é uma vergonha. Tá explicado porque Cabral não faz nada com o metrô, cada dia pior
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