Quando as coisas vão bem – o que é raro – Sérgio Cabral faz elogios às parcerias entre os governos do Município, do Estado e do Governo Federal.
Mas basta dar alguma coisa errada para ele tirar o corpo fora. Depois de uma manhã em que só falou besteira e irritou a população, Cabral foi dormir e sonhou uma maneira, mais uma vez, de tirar o corpo fora.
No Jornal Nacional, com o rosto descansado da soneca, jogou no colo de Eduardo Paes todos os problemas ocorridos na Cidade Maravilhosa.
Foi visto por todo mundo, mas o ferino colunista Reinaldo Azevedo foi fundo na ferida, traduzindo o “cabrales”:
Sérgio Cabral, governador do Rio
“Tenho falado com o prefeito: ‘Solo urbano é da Prefeitura’. Tem que agir duro, por mais duro que seja”.
Traduzindo
Cabral não tem nada com isso. Como vai disputar a reeleição, jogou o problema no colo de seu aliado, o prefeito Eduardo Paes, que estava ao lado — até parece que só morreu gente na antiga Guanabara… Cabral falou apenas para mandar este recado: não é um problema do governo do Estado, e náo é justo que ele perca votos por isso.
Eduardo Paes, prefeito do Rio
“Tivemos uma chuva fora do normal, um período de ressaca. Isso se soma a ineficiências e problemas estruturais da cidade. Não há galeria de área pluvial limpa que resista a essa quantidade de chuva. Estamos preocupados em amenizar os transtornos da cidade, que já são suficientemente grandes para que estejamos completamente alertas e principalmente evitar perdas vidas humanas”.
Traduzindo
Não precisa de tradução. Foi uma fala sensata. De fato, não há infra-estrutura capaz de suportar o que aconteceu na cidade. Aproveitou para dizer que está fazendo a sua parte: limpando galerias. Mas parece ter percebido o movimento do aliado, que não quis dividir o peso dos cadáveres: “Estamos preocupados em amenizar os transtornos da cidade, que já são suficientemente grandes (…)” Poderia ter complementado assim: “(…) para o governador ficar me culpando porque vou disputar a reeleição só em 2012, e ele disputa neste ano”.
A política, no Brasil, consegue ser, às vezes, um flagelo pior do que o pior dos temporais.
Cabral sabe de quem é a culpa pelas enchentes: é responsabilidade de Eduardo Paes
Marcadores: Eduardo Paes, enchentes, Rio de Janeiro, Sergio CabralPostado por Amigos do Governador Garotinho às 13:10
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Cabral já começou a tirar o corpo fora, mais uma vez. O mais surpreendente é jogar a culpa no afilhado.
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