Relato de uma sobrevivente do Rio "pacificado" de Sérgio Cabral

Leia abaixo a íntegra da reportagem do jornal Extra com o depoimento dramático da mãe da pequena Clara, que foi levada na cadeira de bebê por bandidos durante assalto na Penha.

Este é o verdadeiro Rio "pacificado" que Sérgio Cabral não mostra para a população.

Triste!

Mulher que teve criança levada em assalto quer sair do Rio

“Mamãe, eu fui esperta, né? Eu vi que eram ladrões e consegui tirar o cinto”. Horas depois de presenciar quatro bandidos levarem o Fiat Siena da mãe, na Penha, carregando o primo na cadeira de bebê, a pequena Clara, de 4 anos, não conseguia dormir. A violência carioca é o “bicho-papão” para a menina que assistiu, pela segunda das três vezes em um mês, o automóvel da família ser roubado. Aproximadamente 30 minutos depois, na Rua Califórnia, os bandidos abandonaram o carro com o menino saudável no banco traseiro.

— Foram momentos de terror, horror, indescritíveis. E é duro assistir sua filha, sem conseguir dormir, falar que é esperta por este motivo — afirmou Edivaneide Silva, mãe de Clara.

O pesadelo teve início por volta das 17h40m da última segunda-feira. Na direção do Siena, no cruzamento entre as ruas Quito e Tenente Arakem Batista, Edivaneide reduziu a marcha, momento em que foi abordada pelos bandidos. Desesperada, viu o carro partir com o menino. Acionou a Polícia Militar e o rastreador via satélite do automóvel. Em cerca de meia hora, os bandidos abandonaram o Siena na altura do número 51 da Rua Califórnia. Um vigilante se aproximou e, ao ver a criança no banco traseiro, a pegou no colo. Na mochila do colégio, pegou a agenda e entrou em contato com o pai, Ronaldo.— O bebê está bem. Não sabe nem o que se passou. É muito pequeno — disse Edivaneide.

Paraibana, criada no Rio de Janeiro, Edivaneide já tem planos a curto e médio prazos: aposentar o Siena e, se possível, deixar a Cidade Maravilhosa.

— Não ando mais com esse carro. Nem saí hoje (ontem). Abri mão de um conforto pela segurança. Eu sou apaixonada pela Rio de Janeiro, mas penso em mudar — desabafou Edivaneide.