O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, aborda em artigo publicado hoje em O Dia o caos em que se transformou o Hospital Carlos Chagas com o apagão e a omissão do governo estadual com a unidade, que além de sofrer com a falta de médicos e equipamentos e na precariedade dos geradores.
Leiam abaixo a íntegra do artigo
É preciso apurar com seriedade as mortes no Hospital Carlos Chagas
Rio - A rede pública de saúde do Rio de Janeiro sofreu grandes prejuízos no último grave apagão, tais como o comprometimento de equipamentos, a suspensão de cirurgias e mortes que estão sendo apuradas. No Hospital Carlos Chagas, houve três óbitos, o que levou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a realizar duas audiências públicas.
Na primeira, ninguém do governo estadual foi. Na segunda, seus representantes não souberam responder às perguntas sobre o hospital, cujo gerador não funcionou por horas, por defeito na chave que o aciona.
A empresa afirmou que a chave é antiga e que já havia pedido a troca à Secretaria de Saúde, o que não ocorreu. O mais estranho é que essa empresa está sem receber há oito meses, o que em tese pode comprometer suas atividades. Altruísmo?
A análise dos prontuários dos pacientes que morreram revela a perversidade de outro apagão, o da saúde. Os três pacientes eram graves e estavam em área inadequada.
Um deles, inclusive, possuía pedido médico para instalação de um respirador mecânico desde o horário da manhã e, até a noite, quando ocorreu o óbito, não tinha sido atendido por falta de equipamento. Além disso, em se tratando de uma área de permanência de pacientes graves, a regra exige a presença de uma equipe médica completa durante as 24 horas do dia para os atendimentos.
No Carlos Chagas isso é ficção. Às vezes, há apenas um ou dois clínicos. É muita sobrecarga para a providência divina. O que se pretende com a espetacular campanha hoje na mídia é jogar tais mazelas para debaixo do tapete. Esperamos que as investigações em curso garantam a transparência e a identificação dos responsáveis.
Rio - A rede pública de saúde do Rio de Janeiro sofreu grandes prejuízos no último grave apagão, tais como o comprometimento de equipamentos, a suspensão de cirurgias e mortes que estão sendo apuradas. No Hospital Carlos Chagas, houve três óbitos, o que levou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a realizar duas audiências públicas.
Na primeira, ninguém do governo estadual foi. Na segunda, seus representantes não souberam responder às perguntas sobre o hospital, cujo gerador não funcionou por horas, por defeito na chave que o aciona.
A empresa afirmou que a chave é antiga e que já havia pedido a troca à Secretaria de Saúde, o que não ocorreu. O mais estranho é que essa empresa está sem receber há oito meses, o que em tese pode comprometer suas atividades. Altruísmo?
A análise dos prontuários dos pacientes que morreram revela a perversidade de outro apagão, o da saúde. Os três pacientes eram graves e estavam em área inadequada.
Um deles, inclusive, possuía pedido médico para instalação de um respirador mecânico desde o horário da manhã e, até a noite, quando ocorreu o óbito, não tinha sido atendido por falta de equipamento. Além disso, em se tratando de uma área de permanência de pacientes graves, a regra exige a presença de uma equipe médica completa durante as 24 horas do dia para os atendimentos.
No Carlos Chagas isso é ficção. Às vezes, há apenas um ou dois clínicos. É muita sobrecarga para a providência divina. O que se pretende com a espetacular campanha hoje na mídia é jogar tais mazelas para debaixo do tapete. Esperamos que as investigações em curso garantam a transparência e a identificação dos responsáveis.
Jorge Darze, Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro
1 Comente aqui:
Cada vez mais lamentável a situação da saúde pública do Rio. Até quando?
Postar um comentário