O prefeito midiático Eduardo Paes deveria olhar primeiro para a falta de estrutura do município antes de promover choques de ordem contra os trabalhadores de rua ou querer impor à população a cobrança de uma taxa de iluminação absurda.
Nas ruas do Rio de Janeiro uma cena comum em todos os bairros é o estado precário de conservação dos postes de iluminação. Leiam abaixo o flagrante que o Jornal do Brasil fez da precariedade dos postes da cidade. Alguns prestes a cair a qualquer momento.
Manuela Andreoni
Certos postes da cidade dão medo só de olhar. Num breve giro por alguns bairros, a reportagem do Jornal do Brasil encontrou uma série deles em estado deplorável. Por mais que a Light afirme que o fato de as ferragens das estruturas estarem a mostra não represente necessariamente risco de queda, os ferros retorcidos não deixam de causar receio a Agostinho Guerreiro, presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) do Rio:
– A função do concreto é dar maior firmeza, sustentabilidade ao poste. Sem essa proteção, a estrutura de ferro pode ser corroída por diversos elementos. O mais preocupante é que, se ele estiver com a base podre, a probabilidade de vir ao chão com um acidente de carro é muito maior. O problema é a falta de cultura de prevenção – alertou o presidente.
Vários donos possíveis Existem cerca de 30 mil postes na cidade, não se sabe quantos em estado precário.
As estruturas de iluminação são de responsabilidade da Light e da Rioluz, Companhia Municipal de Energia e Iluminação. Outros, que façam ligações de telecomunicação, por exemplo, podem pertencer a empresas como a Oi.
Pela Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido, onde foram encontrados três postes precários (em frente aos números 124, 160 e 300), passam cerca de 32 mil veículos por dia, por causa do acesso ao Túnel Rebouças, que conecta as Zonas Sul e Norte da cidade.
A assessoria de imprensa da Light não soube informar à reportagem se os postes do Rio Comprido pertencem à empresa, mas negou responsabilidade sobre a estrutura da Rua Benvindo de Novaes, em frente ao número 940, na Barra da Tijuca, também fotografada pela reportagem.
A empresa, no entanto, informou que enviaria equipe para checar se os postes lhes pertenciam.
A Rioluz, por meio de sua assessoria, também informou que mandaria funcionários para verificar que empresa é responsável pelos postes e que as notificaria se fosse o caso. Se constatar que as estruturas são suas, enviará técnicos.
Em relação à durabilidade dos postes de concreto, há divergências. Se para Antônio Eulálio, engenheiro civil do Crea, uma estrutura aguenta de cinco a 10 anos, para a Light ela tem vida útil de “no mínimo” 30.
A Rioluz, por sua vez, informou que, apesar de o fabricante dar garantia de 10 anos, o poste de concreto pode durar mais de 15.
Morador não vê problema Procurados pela reportagem, moradores da Avenida Paulo de Frontin desconhecem o problema e aproveitaram a presença do Jornal do Brasil pare reclamar dos mendigos.
A Câmara Comunitária da Barra da Tijuca diz que não recebe reclamações de moradores em relação aos postes.
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