O jornal O Estado de S. Paulo repercute na edição de hoje o que este blog relatou na segunda-feira (4): Sérgio Cabral liberou as construções em Angra, quando assinou decreto em junho autorizando obras em faixa de 80 km do litoral e em área soterrada na Ilha Grande.
Leiam abaixo a íntegra da reportagem
Embora o governador do Rio, Sérgio Cabral, tenha defendido a "radicalização" contra a ocupação desordenada das encostas de Angra dos Reis, moradores e ambientalistas de Ilha Grande recolhem, há quatro meses, assinaturas contra um decreto de Cabral que abriu uma brecha para novos imóveis na região. O Decreto nº 41.921/09, publicado em junho de 2009, autoriza a construção em áreas não edificáveis da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, que inclui uma faixa de mais 80 quilômetros do litoral de Angra, a face da Ilha Grande voltada para o continente e as mais de 90 ilhas da baía. A Pousada Sankay e outras sete casas soterradas, na tragédia que matou 29 pessoas, ficam na região.
Segundo o decreto - que, para ambientalistas, atende à especulação imobiliária -, residências e empreendimentos turísticos poderão ser construídos em áreas da chamada zona de conservação de vida silvestre que já tenham sido degradadas, limitando-se a 10% do terreno. Até então, só era licenciada a expansão de imóveis construídos antes de 1994, quando a APA foi regulamentada. Donos de terrenos vazios não podiam construir. O decreto foi publicado sem debate com líderes locais ou órgãos consultivos. Com as críticas, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) comprometeu-se em não conceder licenças com base no decreto, mas ambientalistas querem a sua revogação.
"O governador demonstra desapreço pela área ambiental. Estimula a especulação imobiliária e dará cabo das poucas e bem preservadas áreas que compõem a Baía da Ilha Grande", diz um manifesto que busca assinaturas na internet. Segundo o presidente do Comitê de Defesa da Ilha Grande, Alexandre Oliveira e Silva, o documento já tem 6 mil assinaturas.
"O decreto entrega à especulação imobiliária o filé mignon da Ilha Grande. Qualquer um sabe que não é difícil, ainda mais quando se tem boas relações com quem licencia, apresentar laudo de que o terreno já foi degradado", afirma Silva. "Acho que ele (Cabral) está mordendo a língua, sendo demagogo. A pousada atingida fica nessa área, que é toda parecida geologicamente. Há risco."
SUSPENSÃO
O deputado estadual Alessandro Molon (PT) propôs um projeto de lei que suspende o decreto. "Alteração de zoneamento ambiental tem de passar pelo Legislativo. O projeto tramita devagar, talvez a tragédia sensibilize a Assembleia", disse Molon, que estranhou a veemência de Cabral. "O rigor que ele pregou foi o que não teve ao baixar esse decreto." O Ministério Público Federal avalia questionar a constitucionalidade do decreto.
Procurada, a assessoria de Cabral informou que só a Secretaria de Estado do Ambiente falaria sobre o decreto. A secretária Marilene Ramos disse que a legislação anterior limitava ampliações a 50% da construção existente, desde que não ultrapassasse 20% do terreno. "Essa regra acabou ensejando a falsificação de documentos sobre o tamanho. Por isso, reduzimos a área edificada a 10%." Referindo-se ao decreto como "famigerado", ela afirmou que o ato não trata de áreas de risco e encostas. "Queremos seguir com o licenciamento das construções que já existem, o que não é o caso da Sankay nem do Morro da Carioca. Misturar as duas coisas é de um oportunismo nefasto."
O diretor de Áreas Protegidas do Inea, André Ilha, informou que uma reunião ontem definiu que o decreto não será revogado, mas substituído por um plano de manejo, que será debatido e terá áreas definidas por critérios ambientais e de risco.
Leia também o que publicamos na segunda-feira (4)
http://amigosdogarotinho.blogspot.com/2010/01/chuvas-cabral-finalmente-aparece-e.html
http://amigosdogarotinho.blogspot.com/2010/01/protestos-de-atos-de-cabral-contra.html
http://amigosdogarotinho.blogspot.com/2010/01/blog-do-noblat-tragedia-de-angra-teve_04.html
http://amigosdogarotinho.blogspot.com/2010/01/cabral-e-outros-dirigentes-se-ausentam.html
Em seu blog, o professor e presidente do Instituto Republicano, Fernando Peregrino, repercute reportagem do jornal Folha de S. Paulo que aborda que o decreto do atual governo sobre Ilha Grande está sendo denunciado pelo Ministério Público Federal.
Clique no link abaixo para ler.
http://fperegrino.blogspot.com/2010/01/deu-na-folha-de-sao-paulo-o-decreto-da.html
4 Comente aqui:
e ele ainda tem a cara de pau de dizer que o problema dos desabamentos é fruto da ocupação ilegal.
A liberação da construção em área de risco não é apenas uma irresponsabilidade. É CRIME DOLOSO, porque foi assinado com a intenção de matar.
Num país sério estariam todos os IRRESPONSA´VEIS na cadeia. Na China receberiam a pena de morte como a aplicada no sujeiro que falsificou leite. Os chineses estão certos: assassinatos premeditados tem que punidos com exemplar correção
Concordo: deveriam prender todos esses gananciosos e arrogantes que expoem a popualção a desastres. Se era perigoso porque deixaram construir? Se é área de alagamento, também por que deixaram construir?
É claro que algumas mãos e bolsos foram agraciado$$$
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