Mesmo com todas as críticas de que estaria favorecendo a especulação imobiliária e sacrificando o patrimônio histórico do Rio, o Eduardo Paes não dá o braço a torcer e está obcecado em descaracterizar o Centro do Rio.
Se já não bastasse a polêmica em torno da construção de um espigão de 44 andares da Eletrobrás, na Lapa, considerada área de proteção ao ambiente cultural, segundo revelou na quarta-feira o ex-prefeito Cesar Maia, agora o prefeito-factóide quer alterar as regras de construção no Corredor Cultural do Centro.
Desta vez, o projeto de lei complementar 31/2009 propõe elevar, de 12,5 metros (o equivalente a três andares) para 42 metros (14), o gabarito de um terreno do BNDES, em aclive, na Avenida República do Paraguai.
A medida permitiria erguer um anexo na lateral do Morro de Santo Antônio, onde há duas construções remanescentes do período colonial e tombadas pelo seu interesse histórico e cultural: o Convento de Santo Antônio e a Igreja de São Francisco da Penitência.
Assim como a lei, já em vigor, que também alterou as regras no Corredor Cultural para permitir à Eletrobrás construir um espigão de até 44 andares nas imediações dos Arcos da Lapa , a proposta cria polêmica entre os especialistas. A dúvida é se o prédio contribuiria para revitalizar o Centro ou se acabaria se transformando num um obstáculo a mais na visualização do patrimônio histórico.
Assim como denunciamos antes, e todas ligadas à especulação imobiliária, entendemos a ganância das construtoras. Porém, o que achamos muito, mais muito estranho mesmo, é a postura do prefeito Eduardo Paes sempre servil a essa ganância. Por que será???
Não custa lembrar que Paes bateu o pé para aprovar projeto que praticamente cimenta a região do bairro de Vargem Grande, na Zona Oeste.
Leia abaixo a íntegra da reportagem de O Globo
Publicada em 27/01/2010 às 23h45m
Luiz Ernesto Magalhães
RIO - A Câmara de Vereadores debaterá na volta do recesso, em fevereiro, uma nova proposta do prefeito Eduardo Paes para alterar as regras de construção no Corredor Cultural do Centro. Desta vez, o projeto de lei complementar 31/2009 propõe elevar, de 12,5 metros (o equivalente a três andares) para 42 metros (14), o gabarito de um terreno do BNDES, em aclive, na Avenida República do Paraguai. A medida permitiria erguer um anexo na lateral do Morro de Santo Antônio, onde há duas construções remanescentes do período colonial e tombadas pelo seu interesse histórico e cultural: o Convento de Santo Antônio e a Igreja de São Francisco da Penitência.
Assim como a lei, já em vigor, que também alterou as regras no Corredor Cultural para permitir à Eletrobrás construir um espigão de até 44 andares nas imediações dos Arcos da Lapa , a proposta cria polêmica entre os especialistas. A dúvida é se o prédio contribuiria para revitalizar o Centro ou se acabaria se transformando num um obstáculo a mais na visualização do patrimônio histórico:
- Não basta preservar construções históricas. É preciso que os contextos urbanos onde elas estão inseridas tenham suas escalas respeitadas. Um exemplo foi o que aconteceu com o conjunto da Igreja do Convento do Carmo, na Praça Quinze, que ficou escondido desde a construção do Edifício Candido Mendes (na Rua da Assembléia) - criticou o arquiteto Nireu Oliveira Cavalcanti, ex-integrante do Conselho Municipal de Urbanismo.
Em 2005, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi consultado sobre a viabilidade de se construir um anexo do BNDES. No novo prédio, ficariam instalações administrativas e um centro cultural, incluindo a nova sede da Biblioteca Celso Furtado. O Iphan informou que não teria restrições ao prédio, desde que a altura da construção não ultrapassasse o cume da igreja.
Paes: projeto é bom para a economia da cidade
O prefeito Eduardo Paes defende o projeto, que apresentou no fim do ano passado, como sendo importante não apenas para o BNDES, como para a vida econômica da cidade. Ele lembrou que o anexo previsto é bem menos alto que outros prédios existentes no entorno:
- O projeto está na Câmara para uma ampla discussão com a sociedade - disse.
1 Comente aqui:
Realmente há algo de muito estranho nessa fixação de Eduardo Paes em descaracterizar o Centro do Rio. Como pode querer levantar um novo prédio num terreno aclive e tão perto de prédios históricos do Rio.
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