Eduardo Paes quer porque quer descaracterizar o Centro do Rio com espigão na Lapa

Mesmo com todas as críticas de que estaria favorecendo a especulação imobiliária e sacrificando o patrimônio histórico do Rio, o prefeito-factóide Eduardo Paes não dá o braço a torcer e está obcecado em descaracterizar o Bairro da Lapa com a construção de um espigão de 44 andares.

Assim como esse blog publicou na quarta-feira (13), e denunciamos antes, e todas ligadas à especulação imobiliária, entendemos a ganância das construtoras. Porém, o que achamos muito, mais muito estranho mesmo, é a postura do prefeito Eduardo Paes sempre servil a essa ganância. Por que será???

Não custa lembrar que Paes bateu o pé para aprovar projeto que praticamente cimenta a região do bairro de Vargem Grande, na Zona Oeste.

E, agora, como não quer nada, na calada da noite, ele quer aproveitar a brecha proporcionada pelas mudanças na legislação do Corredor Cultural do Centro do Rio propostas pelo próprio prefeito e aprovadas discretamente pela Câmara dos Vereadores no fim do ano, quando todos estavam mais preocupados com as festas natalinas.

Será este o presente de Natal de Paes combinado com as empreiteiras?

Conforme dissemos ontem, já vimos esse filme e é o carioca quem morre no final.

Como não há almoço grátis...

Leia abaixo a reportagem desta quinta-feira (14) em O Globo

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, defendeu nesta quarta-feira aconstrução de um prédio da Eletrobrás com até 44 andares num terreno nas imediações dos Arcos da Lapa. Uma lei, sancionada na semana passada, alterou as regras de edificação no Corredor Cultural do Centro. Paes rebateu as críticas de que o espigão pode desfigurar a área, com seu casario antigo. Segundo ele, a obra contribuirá para a revitalização do Centro.

- Não tem impacto. Aquilo ali é um terreno abandonado. Vai ajudar na revitalização do Centro - disse Paes, que participou em Brasília do lançamento do PAC da Mobilidade (destinado a melhorar a área de transportes), para a Copa de 2014.

Paes rebateu as críticas de que a prefeitura estaria se rendendo à especulação imobiliária e sacrificando o patrimônio histórico do Rio:

- Não dá para chamar de especulação.

As mudanças na legislação do Corredor Cultural do Centro do Rio foram propostas pela prefeitura e aprovadas pela Câmara dos Vereadores no final do ano, gerando polêmica.

- Atendemos a um pleito da Eletrobrás, que não tinha estrutura para funcionar no Rio - disse Paes.

O prefeito afirmou que, antes de enviar a proposta para a Câmara dos Vereadores, consultou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o presidente da Fundição Progresso (que fica ao lado do local da futura construção), Perfeito Fortuna.

"Essa lei cria um precedente perigoso", afirma advogado
Especialistas em urbanismo e patrimônio cultural têm dúvidas sobre o eventual risco de o projeto descaracterizar o conjunto arquitetônico, além de prejudicar a visão dos Arcos da Lapa. A lei permite a construção de um prédio de dois blocos interligados, a cerca de 200 metros do monumento.

O Grupo Ação Ecológica (GAE) decidiu entrar com uma representação no Ministério Público (MP) para que analise a constitucionalidade da lei. Em outra frente, o GAE vai pedir uma audiência pública ao prefeito Eduardo Paes, propondo que ele revogue a lei.

- A tramitação do projeto feriu o Plano Diretor do Rio. Ele prevê que qualquer alteração nas orientações sobre como deve ser o crescimento da cidade deve ser precedida de audiências públicas. Isso não foi feito. Essa lei cria um precedente perigoso para descaracterizar o Centro Histórico - disse o advogado especializado em direito ambiental Rogério Zouen, diretor do GAE.

A Eletrobrás, que ainda negocia a compra dos terrenos administrados pelo Rio Previdência (fundo previdenciário do estado), pretende colocar os seus escritórios (hoje distribuídos por quatro imóveis alugados) numa só sede. A empresa teria ameaçado deixar o estado.

Leia também o que publicamos na quarta-feira (14)

1 Comente aqui:

Ronaldo Menezes disse...

Alguém precisa apurar essa história direito. Tá cheirando tramóia